29 janeiro 2008

Cada Instante, Terça-feira, 29.01.2008

SINAIS DE MISERICÓRDIA

MEDITE: Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra Ele. Daniel 9.9

E faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam meus mandamentos. Êxodo 20.6

Há em Deus o desejo de manifestar-Se ao seu povo, como um Deus compassivo, amoroso, miricordioso que derrama a Sua graça sem medida.

Jesus demonstrou uma profunda preocupação para com as pessoas. E por estar mais preocupados com as pessoas, vemos Jesus percorrendo cidades, curando lunáticos, endemoniados, paralíticos, enfermos, coxos, pessoas com problemas mentais, toda sorte de doença, abrindo mão de outros compromissos para socorrer as necessidades imediatas desses flagelados.

A misericórdia de Jesus ultrapassa as fronteiras étnico-culturais, sociais e político-religiosos, no reconhecimento dos samaritanos, no contato com o leproso e na admiração da fé do centurião romano. Ele ultrapassa as convenções da reciprocidade convencional. “Ao dares uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. Serás feliz porque eles não têm como que te retribuir. Serás, porém, recompensado na ressurreição dos justos”. A esperança aposta nas promessas da fé, não nos cálculos de custo-benefício deste mundo. A misericordia de Jesus de Nazaré é a antecipação e a explicação do significado da dimensão salvífica de sua morte na cruz.

A misericórdia de Jesus têm uma dimensão que se refere a pessoas concretas: a um faminto, um cego e um morto. Mas, por serem sinais, apontam também para as enfermidades estruturais da sociedade: para a apropriação do pão por poucos, para o preconceito e a intolerância frente ao outro e o olhar ideológico das elites, e para a vida mutilada e tirada antes do tempo por causa da idolatria do poder. “O último inimigo a ser destruído será a morte” (I Coríntios 15:28).

A esperança está na presença, quando a hora é de abandono, na misericórdia contra a frieza espiritual. Jesus não salva graças a sua onipotência, mas graças a sua misericórdia, ao seu sofrimento, seu abandono e sua morte. Ao anunciar o Reino de Deus, a presença do amor produz sinais de misericórdia e de esperança.

Nosso Deus é misericordioso. A igreja reunida é sinal visível da presença misericordiosa de Deus em nosso meio, seja no grupo familiar (ECC), seja nos grupos internos das igrejas organizados por sexo ou por idade, seja onde estiver dois ou três no nome de Jesus. Esta presença garante o valor da oração comunitária que nos une e dá a certeza de que o Pai ouve e provê as nossas necessidades

Sinais de Misericórdia se estabelece na medida em que se consegue ver as dores e sofrimentos dos outros é que se conquista um coração novo. Esta capacidade de ver e sentir o outro gera o coração novo, porque provoca a generosidade que enche a vida de sentido pela medida da oferta de si para o bem de qualquer um outro, considerando a sua necessidade. Necessidade atendida como projeto de reconstrução e edificação da vida. Não se pode, pois, dispensar olhos que se tornam capazes de ver os mais pobres, aqueles que estão mais distantes e esquecidos pelos interesses outros de tantos outros. Só um coração íntimo de Deus é capaz de ver em profundidade, com a propriedade do ver de Deus. Esta propriedade gera no coração humano os sentimentos de profundidade divina. O divino sentir de Deus se manifesta no fundo do coração humano. O resultado é uma grande e verdadeira revolução. Uma revolução de amor derramado nos corações necessitados, garantindo-lhes o cuidado do pastor, a certeza de sua recomposição e conquista da vida.

A misericórdia de Deus nasce do seu coração. Jesus, muitas vezes, se deixou tocar no fundo do coração. Um toque de misericórdia. Uma misericórdia nascida desta capacidade, dom de Deus, de ver em profundidade a dor e a necessidade do outro. É uma experiência que toca o mais escondido dos afetos, produzindo mudanças, criando as condições da oferta de si. Um toque nos afetos humanos que inclui a capacidade de indignar-se na busca e na promoção do bem. Ver em profundidade gera misericórdia. A misericórdia cura toda impassibilidade tão comum nos corações interessados em si mesmos, tendentes a eleger o seu próprio bem como prioridade mais importante. A misericórdia é, também, um misto de ternura com indignação, criando as condições e os mecanismos para desmascarar aqueles que se põem no lugar de Deus, e não raramente produzem o contrário de sua presença. Em lugar da vida a morte; em lugar da oferta a manipulação interesseira; em lugar da generosidade o interesse pelas próprias coisas.

Que o Senhor vos abençoe!

PENSE: A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim; Lamentações 3:22.

ORE: Senhor! Tu és tão misericordioso, tão compassivo, tão dado, ajuda-me a ser desenvolver também estas virtudes com o meu próximo, com o meu irmão. Em nome de Jesus.

Com carinho,

Rev. Ashbell Simonton Rédua – Pastor Presbiteriano/IPB

Nenhum comentário: