*Rev. Ashbell Simonton Rédua
Estamos comemorando no dia 12 de agosto 147 anos de implantação do presbiterianismo no Brasil, como resultado do trabalho pioneiro do Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867).
O Rev. Simonton nasceu em West Hanover, no Estado da Pensilvânia, seus primeiros estudos fora no Colégio de Nova Jersey com o pensamento norteado para o magistério (professor) e a magistratura (advogado). Influenciado pelo reavivamento de 1855, reposicionou o seu pensamento fezendo a sua pública profissão de fé e, mais tarde, ingressou no Seminário de Princeton, objetivando o Ministério da Palavra. Despertado para o trabalho missionário transcultural, após ouvir um sermão de seu professor, Rev. Charles Hodge, professor e teólogo, Candidatou-se ao trabalho missionário, perante a Junta de Missões da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, em princípio com o desejo de ser missionário na Colômbia, mais tarde aceitou o desafio citando o Brasil como campo de sua preferência.
A data de 12 agosto, tornou-se a data oficial da Implantação do Presbiterianismo no Brasil, sendo o marco dessa data , a chegada de Simonton ao Rio de Janeiro. Após a sua ordenação, basicamente dois meses, Simonton embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, já com 26 anos de idade.
Esta não foi a primeira tentativa da implantação do Calvinismo no Brasil, mas foi a que consolidou, como define o Historiador Presbiteriano Rev. Alderi Matos[1]. Anteriormente tivemos outras três tentativas da Implantação do Calvinismo (Presbiterianismo na Escócia), no Brasil.
O Rev. Simonton nasceu em West Hanover, no Estado da Pensilvânia, seus primeiros estudos fora no Colégio de Nova Jersey com o pensamento norteado para o magistério (professor) e a magistratura (advogado). Influenciado pelo reavivamento de 1855, reposicionou o seu pensamento fezendo a sua pública profissão de fé e, mais tarde, ingressou no Seminário de Princeton, objetivando o Ministério da Palavra. Despertado para o trabalho missionário transcultural, após ouvir um sermão de seu professor, Rev. Charles Hodge, professor e teólogo, Candidatou-se ao trabalho missionário, perante a Junta de Missões da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, em princípio com o desejo de ser missionário na Colômbia, mais tarde aceitou o desafio citando o Brasil como campo de sua preferência.
A data de 12 agosto, tornou-se a data oficial da Implantação do Presbiterianismo no Brasil, sendo o marco dessa data , a chegada de Simonton ao Rio de Janeiro. Após a sua ordenação, basicamente dois meses, Simonton embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, já com 26 anos de idade.
Esta não foi a primeira tentativa da implantação do Calvinismo no Brasil, mas foi a que consolidou, como define o Historiador Presbiteriano Rev. Alderi Matos[1]. Anteriormente tivemos outras três tentativas da Implantação do Calvinismo (Presbiterianismo na Escócia), no Brasil.
A primeira tentativa foi dos Franceses (1555-1578). No início da sua história, o Brasil foi alvo do interesse político e econômico de diversas nações européias, entre elas a França. Assim, em novembro de 1555 uma expedição comandada pelo vice-almirante Nicolas Durand de Villegaignon (1510-1571) chegou à Baía da Guanabara e implantou uma colônia que ficou conhecida como França Antártica. Esse empreendimento contou com o apoio do almirante Gaspard de Coligny (†24-08-1572), influente estadista e futuro líder dos calvinistas franceses, os huguenotes.
Sendo inicialmente simpático à causa da Reforma e procurando elevar o nível moral e espiritual da sua colônia, Villegaignon escreveu a João Calvino solicitando o envio de colonos protestantes. A Igreja Reformada de Genebra atendeu prontamente ao pedido, enviando um grupo de evangélicos sob a liderança de dois pastores, Pierre Richier e Guillaume Chartier.
A nova expedição chegou à Baía da Guanabara no dia 7 de março de 1557. Três dias depois, a 10 de março, uma quarta-feira, os colonos desembarcaram na pequena ilha (Forte Coligny) e realizaram o primeiro culto protestante no Brasil e possivelmente no Novo Mundo. O oficiante foi o Rev. Pierre Richier, que, acompanhado de todos, cantou o Salmo 5 (hino 122 do Hinário Presbiteriano: "À minha voz, ó Deus, atende"). Em seguida, o referido pastor pregou um sermão sobre o Salmo 27.4: "Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei, que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo." No domingo 21 de março houve a primeira celebração da Santa Ceia.
Influenciado pelo ex-dominicano Jean Cointac, Villegaignon passou a entrar em atrito com os calvinistas sobre uma série de questões teológicas, reproduzindo nos trópicos o que acontecia na Europa. Ele inicialmente proibiu aos reformados a celebração da eucaristia, depois as pregações e finalmente as reuniões de oração. O pastor Chartier foi enviado à França em busca de instruções e os colonos protestantes foram expulsos da pequena ilha em que a colônia estava instalada, até hoje conhecida como Ilha de Villegaignon.
A expulsão colocou os calvinistas em contato direto com os índios tupinambás, aos quais procuraram evangelizar, sendo esse evento o primeiro contato missionário protestante com um povo não-europeu. Entre esses reformados estava o sapateiro Jean de Léry, que mais tarde escreveu um valioso relato dessas experiências, intitulado História de uma Viagem Feita à Terra do Brasil, publicado em Paris em 1578. Em seu livro, Léry não somente fornece informações sobre a natureza, a fauna e a flora de um Brasil ainda intocado pela civilização branca, mas descreve de maneira singularmente perspicaz e objetiva os mais variados aspectos da cultura indígena.
Ao passar pelas imediações um navio que se dirigia para a França, os frustrados colonos resolveram retornar ao seu país. Pouco depois, quando o barco ameaçou naufragar, cinco calvinistas ofereceram-se para voltar à terra. Estes cinco – Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques Le Balleur – foram prontamente aprisionados por Villegaignon, que apresentou-lhes uma série de questões teológicas e exigiu uma resposta por escrito dentro de doze horas. Esses leigos redigiram um notável documento, conhecido como Confissão de Fé da Guanabara, que finalmente custou as suas vidas.
Diante da recusa dos calvinistas em abjurar as suas convições, Villegaignon condenou-os à morte. Bourdel, Verneuil e Bourdon foram estrangulados e lançados ao mar. André Lafon, sendo o único alfaiate da colônia, teve a vida poupada sob a condição de que não divulgasse as suas idéias religiosas.
Jacques Le Balleur fugiu para o continente, indo parar em São Vicente, onde pregou as suas convicções. Por insistência dos jesuítas, foi levado para a capital colonial, Salvador, onde esteve aprisionado por vários anos (1559-1567). Em 1567, o governador geral Mem de Sá levou-o para o Rio de Janeiro, fundado recentemente, onde ele foi enforcado e os últimos franceses foram finalmente expulsos.
A Segunda tentativa foi a dos holandeses na Bahia (1624-1625). “Nesse contexto, a Bahia parecia presa fácil, e a cidade de Salvador foi tomada. Conquista, entretanto, perdida um ano depois (1624-1625). Os holandeses, porém, decidiram prosseguir com a empreitada, agora voltada para Pernambuco. O sucesso do projeto deu início ao Brasil Holandês (1630-1654).
Durante esse período, tem lugar um capítulo pouco conhecido da história eclesiástica brasileira, a da Igreja Cristão Reformada, nome da Igreja Protestante na Holanda. Era uma igreja do Estado, situação das igrejas no Ocidente, seja nos países católicos, seja nos protestantes. A Igreja Cristã Reformada veio para o Brasil sob a bandeira holandesa, e foi expulsa com ela.”
A Terceira tentativa foi a dos holandeses em Pernambuco (1630-1654). Além dos holandeses, segundo alguns historiadores[2], também verificou-se nesse período a presença alemães, ibéricos, ingleses, franceses e índios no Nordeste, quase 30 anos depois da expulsão dos holandeses da Bahia.”[3] “Na medida que os holandeses ampliavam o território conquistado, eram implantadas congregações reformadas. Durante algum tempo, existiram 22 igrejas protestantes no Nordeste, sendo que a do Recife era a maior, contando, inclusive, com uma congregação inglesa e uma francesa. Esta se reunia no templo gálico, que tinha no conde Maurício de Nassau seu membro mais ilustre e o pastorado era exercido pelo espanhol Vicentius Soler.
Na leitura dos documentos da época, surge uma igreja cercada de pessoas dispostas a expulsá-la de sua terra como a religião dos invasores.
Entretanto, para os índios, os holandeses não eram invasores, mas sim libertadores, o que levou a missão reformada no Nordeste a fazer uma opção preferencial pelos indígenas. Para os holandeses, as tribos aculturadas constituíam os brasilianos e as não-subjugadas os tapuias.”[4]
Consolidando a implantação do presbiterianismo no Brasil, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em português, em abril de 1860. “Em janeiro de 1862, recebeu os primeiros conversos, sendo fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. No breve período em que viveu no Brasil, Simonton, auxiliado por alguns colegas, fundou o primeiro periódico evangélico do país (Imprensa Evangélica, 1864), criou o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e organizou um seminário (1867). O Rev. Ashbel Simonton morreu vitimado pela febre amarela aos 34 anos, em 1867 (sua esposa, Helen Murdoch, havia falecido três anos antes).”[5]
Na leitura dos documentos da época, surge uma igreja cercada de pessoas dispostas a expulsá-la de sua terra como a religião dos invasores.
Entretanto, para os índios, os holandeses não eram invasores, mas sim libertadores, o que levou a missão reformada no Nordeste a fazer uma opção preferencial pelos indígenas. Para os holandeses, as tribos aculturadas constituíam os brasilianos e as não-subjugadas os tapuias.”[4]
Consolidando a implantação do presbiterianismo no Brasil, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em português, em abril de 1860. “Em janeiro de 1862, recebeu os primeiros conversos, sendo fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. No breve período em que viveu no Brasil, Simonton, auxiliado por alguns colegas, fundou o primeiro periódico evangélico do país (Imprensa Evangélica, 1864), criou o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e organizou um seminário (1867). O Rev. Ashbel Simonton morreu vitimado pela febre amarela aos 34 anos, em 1867 (sua esposa, Helen Murdoch, havia falecido três anos antes).”[5]
Conclusão:
Percerbe-se que a preocupação primeira de Simonton fosse a expansão do reino de Deus, porém na implantação do Presbiterianismo no Brasil não se descuidava quanto à observância dos bons princípios administrativos e às regras de fé estabelecidas em nossos símbolos de fé (Confissão de Fé, Catecismo Maior e Menor de Westminster).
Uma data importante que muito bem poderia ter oficiado como o dia do Presbiterianismo no Brasil, é o da ordenação do ex-padre José Manoel da Conceição (1822-1873), foi o primeiro brasileiro a ser pastor (17.12.1865). Visitou incansavelmente dezenas de vilas e cidades no interior de São Paulo, Vale do Paraíba e sul de Minas, pregando e fundando comunidades, consolidando com outros o Presbiterianismo no Brasil.
Percerbe-se que a preocupação primeira de Simonton fosse a expansão do reino de Deus, porém na implantação do Presbiterianismo no Brasil não se descuidava quanto à observância dos bons princípios administrativos e às regras de fé estabelecidas em nossos símbolos de fé (Confissão de Fé, Catecismo Maior e Menor de Westminster).
Uma data importante que muito bem poderia ter oficiado como o dia do Presbiterianismo no Brasil, é o da ordenação do ex-padre José Manoel da Conceição (1822-1873), foi o primeiro brasileiro a ser pastor (17.12.1865). Visitou incansavelmente dezenas de vilas e cidades no interior de São Paulo, Vale do Paraíba e sul de Minas, pregando e fundando comunidades, consolidando com outros o Presbiterianismo no Brasil.
Neste 12 de agosto de 2006, PARABENIZO, a Igreja Presbiteriana do Brasil, pelos 147 anos de presença no solo brasileiro, intervindo na mudança história desse país. PARABÉNS!
BIBLIOGRAFIA
Matos, Alderi de Souza. Esboço Histórico da Igreja Presbiteriana do Brasil. http://www.ipb.org.br/quem_somos/historia.php3, acessado em 08.08.2006.
Matos, Alderi de Souza. Simonton e as Bases do Presbiterianismo no Brasil. http://www.thirdmill.org/files/portuguese/17744~11_1_01_10-43-20_AM~Simonton_e_as_Bases_do_Presbiterianismo_no_Brasil.html, acessado em 08/08/2006.
Índios protestantes no Brasil holandês. Revista História Viva nº 4, Ano, fevereiro de 2004, http://www2.uol.com.br/historiaviva/, acessado em 08.08.2006
Rédua, Ashbell Simonton. Simonton e os 146 anos de presbiterianismo no Brasil, http://www.ipb.org.br/artigos/artigo_inteligente.php3?id=61, acessado em 08/08/2006
* Rev. Ashbell Simonton Rédua, é pastor da Igreja Presbiteriana do Sinai em Niterói-RJ.
- Contato e informações: asredua@yahoo.com.br
[1] Matos, Alderi de Souza, Esboço Histórico da Igreja Presbiteriana do Brasil. http://www.ipb.org.br/quem_somos/historia.php3, acessado em 08.08.2006.
[2] Podemos citar historiadores Cristãos-Reformados, o Rev. Frans Leonard Schalkwijk (Rev Chiquinho, como nós ex-alunos o chamamos), - Luiz Koshiba - História do Brasil, Editora Atual, Bóris Fausto, História do Brasil – EDUSP: o que chamamos de União Ibérica (1580-1640). A União Ibérica “Desde 1556 a Espanha era governada por Filipe II (1556 - 1598), membro de uma das mais poderosas dinastias européias: os Habsburgos ou Casa d'Áustria, que além da Espanha detinha o controle do Sacro-Império Romano Germânico, sediado na Áustria, com influências também sobre a Alemanha e a Itália. Nos tempos do reinado de Filipe II, a exploração das minas de prata da América espanhola havia atingido o seu apogeu. Com a entrada da prata do México e do Peru, a Espanha se transformara, durante o século XVI, na mais poderosa nação européia. Isso levou os historiadores a classificarem o século XVI como o século da preponderância espanhola. Tendo em mãos recursos abundantes, Filipe II aliou o poderio econômico a uma agressiva política internacional, da qual resultou a anexação de Portugal (até então, reino independente) e a independência da Holanda (até então, possessão espanhola). Assim, de 1580 até 1640, o rei da Espanha passou a ser, ao mesmo tempo, rei de Portugal, dando origem ao período conhecido como “União Ibérica”.
Portugal havia adotado até então uma política internacional muito prudente, evitando, tanto quanto possível, atritos nessa área, ciente de sua própria fragilidade. Essa situação foi alterada completamente com a sua anexação pela Espanha, já que Portugal herdou, de imediato, todos os numerosos inimigos dos Habsburgos. Do ponto de vista colonial, o mais temível inimigo era a Holanda. (http://www.culturabrasil.org/holanda.htm)
[3] Índios protestantes no Brasil holandês, Revista História Viva nº 4, Ano, fevereiro de 2004, http://www2.uol.com.br/historiaviva/, acessado em 08.08.2006. A base histórica deve-se ao Rev. Franscisco Leonardo Schalkwijk. Coordenador do Departamento de História e professor de História da Igreja na Faculdade Internacional de Teologia Reformada.
[4] Índios protestantes no Brasil holandês, Revista História Viva nº 4, Ano, fevereiro de 2004, http://www2.uol.com.br/historiaviva/, acessado em 08.08.2006.
[5] Matos, Alderi de Souza, Esboço Histórico da Igreja Presbiteriana do Brasil. http://www.ipb.org.br/quem_somos/historia.php3, acessado em 08.08.2006
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