31 dezembro 2007

Cada Instante: Segunda-feira, 31.12.2007

E TUDO SE FEZ NOVO!


Medite: Disse Jesus: Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas. Mateus 13:52


Neste domingo pela manhã assisti uma linda mensagem na Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, pregada pela Miss. Leninha, uma mulher abençoada e compromissada com a Igreja. E o texto utilizado para mesagem foi este de Mt 13:51-52, e que fez sugir em minha menta ao propício para o dia de hoje, última dia do ano.


Hoje, não é possível impor um pensamento arcaico para uma cultura moderna.


A Igreja deu um grande passo à frente, a partir da Reforma Protestante do Se XVI, mas agora a cada novo dia, procura caminhar olhando para cima e para frente.


A vivência do presente ano velho como anúncio de um futuro novo, garantido pela surpreendente intervenção de Deus, que nunca abandonará o Seu Povo, e está decidido a levar à plenitude o Seu desígnio de salvação.

A abertura a um futuro novo, garantido pela fidelidade de Deus, é a dimensão mais dinâmica e consoladora da fé do povo de Deus, verdadeiro fundamento da esperança. Esta dimensão torna-se, aliás, num dos critérios da fidelidade da Igreja. O apego ao presente, da Lei, do culto, das instituições, consideradas como intocáveis e definitivas é um dos pecados denunciados pelos Profetas. Quem não estiver aberto à novidade e à surpresa das novas ações de Deus, é infiel a um ponto fundamental do espírito da Aliança. Nesta tentação pode incorrer a própria Igreja.

Toda a novidade presente e futura, está contida e garantida em Cristo morto e ressuscitado. Ele tornou-se a fonte inesgotável da novidade de Deus e dos caminhos do Reino, que os crentes recebem no dom do Espírito Santo, água viva continuamente a jorrar e expressão perfeita da plenitude de vida, que Deus nos quer comunicar.

Em Jesus Cristo, sela-se a nova e definitiva aliança com Deus. O nosso mundo vive na euforia do presente, apesar de ele ser marcado pela ambiguidade e pelo drama do sofrimento. É inútil celebrar um ano novo se não estivermos abertos à novidade de Deus, considerando efémera toda a realidade presente, desejando que Deus introduza no nosso coração e na nossa liberdade, a abertura à surpreendente novidade de Deus.


Pense:
“Jamais haverá ano novo se continuar a copiar os erros dos anos velhos” Luís de Camões


Ore: Senhor! Ao acabar mais um ano, quero Te dizer muito obrigado por tudo aquilo que recebi de Ti. Ofereço-te tudo o que fiz neste ano, o trabalho que pude realizar, as coisas que passaram pelas minhas mãos e o que com elas pude construir. Apresento-te as pessoas que ao longo destes meses amei, as amizades novas e as antigas. Te apresento estes novos dias, que somente Tu sabes se chegarei a vivê-los. Quero viver cada dia com otimismo e bondade, levando a toda parte um coração cheio de compreensão e paz. Fecha meus ouvidos a toda falsidade e meus lábios a palavras mentirosas, egoístas ou que magoem. Que o novo seja sempre novo na minha vida, e que eu tenha a percepção de vê-Lo guiando a minha vida. Em nome de Jesus. Amém!

Que o Senhor vos abençoe!

Rev. Simonton

30 dezembro 2007

Cada Instante: Domingo, 30.12.2007

DEUS! ESTOU DECEPCIONADO!

Medite: A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado. Is 61:3.

Frequentemente decepcionamos com as pessoas, com um acontecimento, com uma situação e até com a própria com a vida. A decepção é um sentimento tão frustante, talvez seja das sensações que mais entristece, e deita abaixo, que impede de continuar, que bloqueia. Na vida cristã também temos a possibilidade do desapontamento, da frustração, da decepção com a fé, com Deus. Os acontecimentos concretos da nossa vida as afirmam algo absolutamente contrário a tudo o que sonhamos e alimentamos como sendo as promessas de Deus para nós ou o que esperamos da vida para sermos felizes. De que forma esse sentimento pode vir na alma e não nos transformar num cético, em pessoas desesperançadas e cínicas para com a vida. A decepção com Deus nem sempre surge de uma forma tão marcante. Ela aparece inesperadamente nos detalhes corriqueiros da vida diária. As lutas do cotidiano parecem bem distantes das frases otimistas e triunfantes sobre o amor e o interesse pessoal de Deus que ouvimos às vezes na igreja.

Perdem a fé devido a uma profunda sensação de decepção com Deus. Esperam que Deus aja de uma certa maneira, e as coisas acontecem de forma diferente.

Podemos superar a decepção.

Basta enfrentá-la com confiança, superar a dificuldade nos espelhando no exemplo deixado por Cristo Jesus. Filipenses 3:13 – “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão e com certeza em Deus faremos proezas.”

1. Decida ser uma pessoa de oração.

2. Organize a sua vida, de modo que haja um lugar para a oração no seu dia-a-dia.

3. Arranje alguém para orar com você.

Deus nunca vai nos decepcionar.

Pense: “O mais importante na vida não é a situação onde estamos, mas a direção para a qual nos movemos.” O W Holmes.

Ore: Senhor! Ajuda-me a aceitar as pessoas como elas são, não permita que as circunstâncias pessoais, materiais e relacionais venham a me afastar de Ti e ter a sensação de decepção conTigo. Em nome de Jesus. Amém!

Que o Senhor vos abençoe!

Rev. Simonton

asredua@yahoo.com.br

29 dezembro 2007

Cada Instante: Sãbado, 29.12.2007

TEMPO DE ESCOLHA!

Medite: Quando alguma coisa te for difícil demais em juízo, entre sangue e sangue, entre demanda e demanda, entre ferida e ferida, em questões de litígios nas tuas portas, então te levantarás, e subirás ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus. Dt 17:8

Acredito que todas as pessoas passam ao longo da vida pelo dilema da virada. Este é momento especial em que uma escolha clara, específica e irrevogável tem que ser tomada simplesmente porque a vida não pode continuar como está. Algumas pessoas passam por isso aos 15 anos, outras, aos 18, 21, 30 e até aos 60. Algumas talvez nunca tomem esta decisão, e outras o façam várias vezes no decorrer de sua existência.

Creio que quando fazemos escolhas também praticamos a renuncia a alguns desejos para que de fato nos alvos sejam viabilizados. Você troca segurança por desafio, dinheiro por satisfação, o pouco certo ao muito duvidoso. Assim, uma companhia que lhe oferece estabilidade com apatia pode dar lugar a outra dotada de instabilidade com ousadia. Analogamente, a aventura de uma vida de solteiro pode ceder espaço ao conforto de um casamento.

Geralmente as escolhas são feitas com base em nossas preferências. Segundo o Prof Marcelo Aquilar uma boa decisão é aquela que possui três componentes. O primeiro deles é a análise da nossa experiência passada, individual ou coletiva. É verificar, na nossa história, os momentos importantes e que podem ser relevantes para a decisão que precisamos tomar. É saber que estamos, onde estamos hoje graças a nossas escolhas passadas.

O segundo componente vem da nossa capacidade de percepção de cenários no presente e no futuro próximo. É saber o que está ocorrendo ao nosso redor e para onde estamos indo, ou sendo levados.

O último componente de uma boa decisão é saber o que nós realmente queremos. É ter um objetivo plausível e adequado. É saber o que, verdadeiramente, nos deixará felizes e satisfeitos.

Nossas decisões, nosso destino, está diante do Senhor e ele examina com cuidado, fica super atento, a direção que tomamos, o nosso procedimento, diante de algumas situações, se vamos tomar algum atalho, se vamos agir na força do nosso próprio braço, fica aguardando o momento, em que vamos nos aproximar dele e buscar a tua ajuda. Mas infelizmente, muitos tomam suas decisões e depois se não der o resultado, que esperavam, aí sim, recorrem ao Senhor, outros o erro envolve uma queda e nem dão conta de se levantar e buscar ajuda.


Muitas vezes, a decisão, que pensamos ser correta, vai nos acarretar, um grande prejuízo, vai nos levar a ruína, vai destruir os nossos projetos. Ë preciso buscar o Senhor, antes de tomar qualquer decisão, antes de tomar qualquer atitude.

Confie em Deus e não em si mesmo quando necessitar de direção. A Bíblia diz em Provérbios 3:4-6 “Assim acharás favor e bom entendimento à vista de Deus e dos homens. Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas.”

Pense: "Aquele que tentou e nada conseguiu é superior àquele que não tentou." Bud Wilkinson

Ore: Senhor, meu Deus e Salvador! Ajuda-me a tomar decisões corretas, coerentes com a Tua Vontade. Abre os olhos do meu coração dando discernimento e sabedoria vinda do alto que as minhas decisão traga paz ao meu coração e que as decisões tomadas sejam decisões equilibradas, que naquilo que tenho de realizar possa trazer Glória para Teu nome, que possa não trazer prejuízos para outras pessoas, seja nos negócios ou questões mais intimas. Em nome de Jesus!

Amém!

Que o Senhor vos abençoe!

Rev. Simonton

asredua@yahoo.com.br

28 dezembro 2007

Cada Instante: Sexta-feira, 28.12.2007

DEUS NUNCA SE ATRASA!

Medite:

Porque temos a impressão de que Deus se atrasou em nova vida, que Ele não chegou no momento certo, no momento em que mais eu precisava dEle.

Deus nunca se atrasa, mas esta aparência de que Deus se atrasa, é uma estragia de Deus para gerar em nós a esperança. Por mais paradoxal que seja, a esperança se manifesta mais fortemente quando os seguimentos da razão humana se acabam, quando não há a chance de se criar uma saída, quando não existe mais uma história a ser construída, quando não existe nenhum possível em nenhum sentido.

A Esperança só nasce no atraso, se não houver atraso não pode haver esperança. Só a força da esperança dará “vitória final” é que pode impelir-nos a que, cheios do Espírito Santo, enfrentemos os desafios diários da nossa vida.

No tempo de Deus as coisas acontecem, Deus tem o seu próprio tempo, pois ele pode fazer infinitamente mais do que pedimos.

Ao renovar os nossos sonhos neste final de ano, requeira a esperança, se este ano não consegui o que queria, ainda há tempo, eu vou tentar de novo, vou lugar e vou esperar o Tempo de Deus na minha vida, e quando Ele se manifestar, tudo vai mudar, tudo se fará novo, porque Deus nunca atrasou e jamais se atrasará.

Devemos ser otimistas, nada de pessimismo, nada de ver as coisas pelo lado ruim. Todos os dias fazemos opções sobre como reagiremos aos acontecimentos. Escolher o bem cria uma atitude mental positiva, introduzindo equilíbrio em nossas vidas. A concentração no que funciona bem em nossa vida traz uma abertura, através da qual qualquer coisa, mesmo os milagres, pode acontecer.

Não pense que tudo está acabado, Jesus está chegando, Ele chegará na hora certa com Seu milagre sobrenatural, trazendo esperança, oxigenando nossos sonhos, alimentando nossa alma.

Pense: “Deus nunca se atrasa; Ele nem ao menos usa um relógio de pulso. Se for necessário, Ele penetrará no passado para resgatar as promessas no presente.” Tommy Tenney

Ore: Oh! Deus! Deus tão querido e Senhor tão precioso. Como é bom saber que o Senhor é aquele que renova em nós a esperança e também faz tudo isto redundar em amor. Renova esta esperança, concretiza os meus sonhos, reanima o meu coração. Revela um pouco Senhor da Tua Glória no futuro para alimentar esta esperança já desvanecida e este coração desanimado. Que essa esperança encha de alegria este coração. Em nome do Senhor Jesus Cristo, a minha doce esperança.

Amém!

Que o Senhor vos abençoe!

Rev. Simonton

asredua@yahoo.com.br

27 dezembro 2007

Cada Instante: Quinta-feira, 27.12.2007

PORQUE ESTÁS TÃO ANSIOSO?

Medite: A ansiedade no coração deixa o homem abatido, mas uma boa palavra o alegra. Provérbios 12:25

A ansiedade é um dos grandes problemas de nossos tempos. Vida agitada, pressão, stress se somam gerando esta doença que tanto prejudica a qualidade de nossas vidas. Geralmente ela se estabelece como uma preocupação ou com motivos injustificáveis ou desproporcionais. É um sentimento de apreensão desagradável, vago, acompanhado de sensações físicas como vazio no estômago, opressão no peito, palpitações, transpiração, dor de cabeça, ou falta de ar, dentre várias outras.
A ansiedade é um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes e capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças.

As pessoas são demasiadamente ansiosas, principalmente pelo que vestir, beber, comer ou dormir. O desempregado fica ansioso pelo emprego que ainda não veio, o doente fica ansioso pela cura, o ferido fica ansioso pela reconciliação, o sem-teto fica ansioso pela moradia, o pai fica ansioso pela reconciabilidade com os filhos, o esposa com a esposa e assim por diante.

Deus ordena a "Não andeis ansiosos". Não é um conselho amoroso, um desejo ou um pedido, mas uma ordem! Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. (Fp 4:6).

Quando estamos ansiosos sofremos por algo que jamais poderái acontecer. E se tivermos de enfrentar um problema, a ansiedade nos leva a sofrer duas vezes, pois sofremos antes e quando o problema chega, vamos ter que encará-lo novamente. A ansiedade é um ato de incredulidade, é falta de fé, ficamos ansiosos porque duvidamos que Deus é poderoso e suficiente para cuidar da nossa vida. Onde a ansiedade faz morada, a fé não tem mais razão de ser, deixa de existir.

Não deixa o seu coração ficar entrestecido pela ansiedade, por estas preocupações futuras, no qual não podemos fazer nada. A nossa vida é sempre presente, é o aqui e agora. Jesus se faz presente na vida de cada daquele que se entrega totalmente a Ele. O apóstolo Pedro afirma que devemos lançar sobre Jesus toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós.

Seja uma pessoa positiva, olhe para vida com perspectivas saudáveis, tenha sempre palavras de encorajamento em seu coração e mente. Eu vou conseguir, eu vou lugar, vou trabalhar, vou estudar, vou tentar de novo porque Deus está comigo, Deus está me ajudando, Jesus está me ajudando a caminhar, e é por isso que vou conseguir. Quem caminha comigo caminha na eternidade.

Pense: O começo da ansiedade é o fim da fé.” George Müller.

Ore: Senhor!, a Ti entrego todas as minhas ansiedades, meus sonhos, meu futuro, não adianta preocupar com coisas que só a ti perpente, como o futuro. O meu futuro está em tuas mãos, e sei que tudo irá bem. Dá-me um coração alegre, feliz, pensamentos positivos e alegres, pois sei que Tu tens cuidado de mim!

Amém!

Que o Senhor vos abençoe!

Rev. Simonton

asredua@yahoo.com.br

26 dezembro 2007

Cada Instante: Quarta-feira, 26.12.2007

VIEMOS PARA ADORÁ-LO

Medite: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-Lo. Mt 2:2

Adorar à Deus é a mais absoluta expressão de amor à Ele. Adorá-lo com profundidade e inteireza de coração é a extrema consagração da alma ante sua grandeza e soberania.

Quando está na presença de Deus e se depara com sua majestade, precisa aprender a se render e adora-Lo. Infelizmente, a maioria de nós estamos presos a formas e liturgias ensinadas ao longo dos anos. Alguns aprenderam fórmulas vazias, porém, não aprenderam a essência da adoração.

A nossa alma, exposta a constantes pressões do mundo, sente-se aliviada quando chega aos páramos do louvor e da adoração ao Senhor. Há como que uma libertação, uma descontração maravilhosa que nos faz felizes.

Contudo, é preciso que esse louvor seja sincero, honesto e motivado, pois, de outra maneira, tornar-se-á vazio, ôco, sem sentido. Não há cadeias que o louvor não possa quebrar, situações que um cântico de adoração não possa mudar, onde há o verdadeiro louvor não há prisões nem grilhões, há regozijo e intimidade, quebrantamento e liberdade!

Jesus Cristo é a razão da nossa Adoração. Tudo que Ele fez e faz “é para o Louvor da Sua Glória” A adoração não transforma Deus. Alegra o coração de Deus e então transforma a nossa vida. Quando você decide ser um adorador e deseja viver essa vida de adoração então a sua vida começa a ser transformada e transforma tudo ao seu derredor. Um adorador é quem promove a presença de Deus a onde quer que esteja.

Pense: “Há mais restauradora alegria em cinco minutos de adoração do que em cinco noites de folia.” - A.W. Tozer.

Ore: Louvamos-Te, Senhor nosso Deus, pelo Teu amor misericordioso, louvamos-Te por nossas enfermidades e dificuldades, pois elas nos aproximam de Ti e de nossos semelhantes. Preenche o nosso coração com Teu Espírito, para que possamos louvar-Te de acordo com a Tua Vontade.

Amém!

Que o Senhor vos abençoe!

Rev. Simonton

asredua@yahoo.com.br

25 dezembro 2007

DEUS PRESENTE SEMPRE ESTÁ

Medite: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco. Mt 1:23

Ontem a noite a família reunida celebravamos o nascimento de Jesus Cristo, nosso Salvador. Momento de muita emoção quando foi lido o texto de Mateus 1:18-23 e duas palavras ficou bem nítida na nossa mente, Jesus e Emanuel. No nome de Jesus está o propósito de Deus em salvar a humanidade, no Emanuel Deus presente sempre está. Raramente passamos o Natal assim unidos como a nossa família estava, geralmente nos agregamos a outras famílias da grande família que é a Igreja. Mas hoje foi diferente, algo que precisamos e que necessitamos. Então o Emanuel se fez presente!

Emanuel, Deus conosco, é antes de tudo o mistério da Encarnação: Deus que vem ao socorro de seus filhos perdidos, e que para salvá-los, se faz um deles, um de nós. Proximidade e pequenez incríveis: o Cristo Jesus, Deus eterno, o Rei da glória, escolhe se juntar a nós não somente « assumir a nossa carne » com suas fraquezas e opacidade, ele a fonte da luz, mas também se submeter em tudo às leis da natureza e da vida humana, excetuando o pecado.

E eis que somos convidados a acolher um recém-nascido constituído por seu estado numa dependência total. Acolhê-lo e contemplá-lo, como se faz com um bebê, se maravilhando com tal simplicidade tornando tão próximos o céu e a terra e tão acessível o mistério do dom de Deus. Assim, o Emanuel é alguém para quem olhar, para descobrir na alegria, para quase tocar, para admirar sem medo, em tudo aquilo que Ele é e também na sua semelhança com Seu Pai... e esta criança também é Deus para se adorar.

Pense:E o verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória” Jo 1: 14

Ore: Senhor! Não posso compreender este Mistério tão profundo do Deus Filho, o Senhor Jesus Cristo, tomar a forma humana para me salvar. Eu o recebo como Senhor e meu salvador, o Deus Emanuel que comigo sempre está. Amém!

Que o Senhor vos abençoe!

Rev. Simonton

asredua@yahoo.com.br

24 dezembro 2007

AINDA HÁ ESPERANÇA

Medite: E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.Mateus 1:21.

O filósofo existencialista Jean P. Sartre afirmou que “todo homem é angustia”. Todavia ainda que “angustiadamente” os homens são esperança. O que se sente interiormente desiludido, o que foi abandonado pelos filhos e amigos, o que está paralisado num leito de enfermidade e até aqueles que reivindicam para si o direito de praticar o suicídio científico da eutanásia, projeta para depois da morte um espectro de esperança, falando da sobrevivência do psiquismo individual ou da tese espírita da reencarnação.

O nascimento de Jesus nos leva a uma atitude de esperança. Só Ele pode abrandar o nosso coração, pode modificar os nossos dias, pode nos dar certeza tanto das coisas do aqui e agora como as futuras. Até mesmo nessas situações tão extremas, a bataçha não esta perdida. Talvez ao longo da nossa caminhada com Deus, nós percamos algumas batalhas, mas nunca a guerra! Cristo é a nossa única esperança... é Ele quem peleja por nós e nos dá a vitória. Jesus Cristo é a esperança da glória! É n'Ele que devemos colocar a nossa esperança e a nossa fé! Devemos colocar nossa fé no Senhor e crer que nem tudo está perdido, e que apesar da adversidade das circunstâncias. A vinda de Jesus é a esperança de restauração completa do homem. Deus quer restaurar você, dar graça e misericórdia, enxugar suas lágrimas e dar-lhe esperança..esperança duradoura.

Pense: "Ainda há esperança". "Porque há esperança para a árvore, pois mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como planta nova" (Jó 14: 7 - 9).

Ore: Senhor! Ando com o coração triste e desesperançado, mas ao manifestar o Seu Filho, meu Resgatador, dâ alegria da Tua salvação e a esperança de dias melhores, de concretização de sonhos e firmeza na fé.

Que o Senhor vos abençoe!

Rev. Simonton

asredua@yahoo.com.br

ALEGRIA E TRISTEZA

ALEGRIA E TRISTEZA

Medite: Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Isaías 9:6

É possível viver ao mesmo tempo momentos de alegria e tristeza. Existem momentos que, em nossas vidas, passamos grandes alegrias, tristezas ou mesmo grande angústias que de uma forma ou de outra nos marcam. Momentos que começaram sobre um grande clima de euforia, mas que de repente, afunilou para umas horas que deixaram profundas marcas na vida. O Salmo 126 versículo 6 nos diz eu “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos”. A vida cristã também tem esses momentos extremos. Momentos de grandes respostas de oração e momentos de decepção até mesmo com Deus que não nos respondeu como esperávamos. Momentos de vitória e momentos de tristeza por morte ou algum desencanto. Celebração por uma vitória espiritual e tristeza por um pecado cometido.

Por isso se manifestou o Filho de Deus, Jesus Cristo. Ele é a razão da nossa alegria, Ele enxugará de nossos olhos toda a lágrima.

Pense: Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez vos digo, alegrai-vos!

Ore: Oh” Senhor, me ajude a alegrar, até mesmo nos momentos de dificuldades e tristeza. Que a Alegria do Senhor seja a minha força e a motivação de caminhar cada dia segundo os teus propósitos.

Que o Senhor vos abençoe!

Rev. Simonton

asredua@yahoo.com.br

21 dezembro 2007

É TEMPO DE NATAL!


É tempo de Natal...!

A festa é envolvente, bem colorida, e podemos afirmar que se trata de uma das maiores festa da cristandade. é época também de fantasia, por isto não temos como ignorar a data por mais que conteste os simbolismo norte-americanos: neve, Papai Noel vestido com roupa de lã e botas, castanhas, trenós, renas, até mesmo os anti-natalinos acabam em concessões, um presentinho aqui, outro acolá.

Tão importante é o Natal pelos seus símbolos sagrados do dom, do mistério e da gratuidade. Originalmente, a festa natalina deu-se quando a Igreja Católica introduziu no cenário cristão em substituição a uma festa mais antiga do Império Romano, a festa do deus Mitra, que anunciava a volta do Sol em pleno inverno do Hemisfério Norte. A adoração a Mitra, divindade persa que se aliou ao sol para obter calor e luz em beneficio das plantas, foi introduzida em Roma no último século antes de Cristo, tornando-se uma das religiões mais populares do Império Romano.

Esta data foi fixada pelo Papa Júlio I para o nascimento de Jesus Cristo como uma forma de atrair o interesse da população. Assim paulatinamente o seu sentido cristão modelou e reinterpretou o Natal na forma e intenção.

a Bíblia relata que um anjo anunciou à Maria que daria à luz um menino, e seu nome será Jesus, o Salvador, o Filho de Deus. Maria e José viajaram de Nazaré para Bélem, pernoitando em uma estrebaria, por não encontrar lugar para hospedagem, e alí entre bois e cabras, Jesus nasceu, sendo enrolado com panos e deitado em uma manjedoura. Pastores que estavam próximos com seus rebanhos foram avisados por um anjo e visitaram o bebê. Três magos, que viajavam há dias seguindo a estrela de Belém igualmente encontraram o lugar e ofereceram presentes ao menino: ouro, incenso e mirra. No retorno, espalharam a notícia de que havia nascido o Filho de Deus.

É tempo de natal...!

E como acontece anualmente, gradativamente você se torna mais triste e melancólico. As imagens simbólicas do Natal é como um filme que revela que não estamos com o coração aberto, feliz. Você anda pelas ruas da cidade, observa as pessoas no frenesi do vai e vem, fazendo compras, as lojas cada uma mais belas do que as outras, ruas iluminadas, anunciando que é tempo de natal.

Inevitavelmente se você se encontrar com sua família, com certeza vai lembrar dela, trazendo a tona situações de afetos reprimidos, de rejeição, amor não correspondido, decepções acumuladas. "E por mais que você lute contra, será assolado por inúmeras lembranças sobre os mais diversos assuntos relacionados com as suas situações familiares e de vida." É muito comum encontrarmos pessoas que ficam tristes nesta época de festa e de celebração do Natal de Jesus. Alguns chegam a ficar até deprimidos, sem saber, exatamente quais são os reais motivos desta angústia. Outros se recordam de seus entes queridos já falecidos e se sentem incapazes de se alegrar com o clima próprio do Natal. Existem pessoas que se isolam no seu quarto ou no seu "mundo". Muitos não conseguem se abrir, desabafar, partilhar e dizer de seus dramas interiores. E é neste contexto que a Palavra de Deus se torna para todos uma Palavra de Esperança, de Cura e de Libertação. A Palavra de Deus abre os nossos olhos e aquece o nosso coração. A festa do Natal do Senhor tem a força e o poder de "fazer novas todas as coisas" e tornar nova toda a nossa história. É preciso – confiando na graça de Deus – dar passos firmes e seguros em busca da verdadeira alegria que Jesus tem para nos oferecer! Diante do nascimento do Menino Deus, a gente entende o salmista que nos ensina a orar e a esperar: "Os que semeiam entre lágrimas, ceifarão entre sorrisos"! (Sl 125,5)

Neste tempo, podemos refletir também sobre o amor de Deus por nós. Esta palavra é forte. Pois, é mais do que uma palavra. É uma atitude. É a atitude de Deus em relação a toda a humanidade. Nós cremos em um Deus, que desce até nós e caminha conosco.

Nós não seríamos capazes de enfrentar e superar os obstáculos, que, às vezes, se multiplicam em nossa vida e tornam a nossa história tão cheia de desafios. Mas, Ele está conosco! Ele veio para ficar perto de nós. Deus é um Pai atento às lágrimas e aos sorrisos de seus filhos queridos e amados. Se Ele vem ao nosso encontro, é preciso que nós desejemos caminhar na direção d'Ele. É necessário optar por ficar com Ele. Nós nos tornamos mais fortes na medida em que sentimos Deus perto de nós e na medida em que O procuramos em tudo e em todas as circunstâncias da nossa vida.

O Natal só é Natal com Jesus! Ele é o centro desta festa. Não é possível termos um feliz Natal, se não for com Jesus. A festa é d'Ele! E nós somos convidados a nos aproximar d'Ele com o coração aberto, para sermos iluminados pela luz do Amor de Deus! É com Jesus que poderemos nos unir ao coro dos Anjos e cantar: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade". Vamos preencher o nosso coração com Jesus; vamos "ornamentar" a nossa vida com Ele. Vamos caminhar com o Senhor, na certeza de que Ele está caminhando conosco.

O mundo precisa de pessoas que testemunhem, destemidamente, o nome de Jesus, o amor de Deus, a presença do Senhor em nosso meio e em nossa vida. O mundo está sedento por um Deus vivo e verdadeiro, capaz de transformar tudo e todos. A humanidade "geme e espera" pela graça de Deus. Sendo assim, que cada cristão seja um sinal de Deus no coração do mundo e no meio de toda a humanidade. Que o mundo consiga ver a graça de Deus, por meio da alegria daqueles que se encontraram com o Senhor e que vivem pela força da misericórdia d'Ele!

Precisamos proclamar que o Natal é de Jesus. E esta verdade não pode ser sufocada pelo consumismo, pelo indiferentismo ou por qualquer outra coisa que tente esconder Deus dos nossos olhos e do nosso coração. Vamos nos unir por meio da fé e da criatividade, semeando esta boa idéia e divulgando esta Boa Nova: Jesus veio para ficar no meio de nós. Vamos fazer uso de todos os meios de comunicação que nós tivermos acesso, para fazer ecoar esta mensagem: "Natal com Jesus"! E assim, o mundo será mais feliz e cada um que testemunhar isso, se sentirá mais realizado; vencerá toda provação e verá todas as trevas dissipadas.

É tempo de Natal...!

Feliz Natal com Jesus.


18 novembro 2007

DESAFIOS PARA O HOMEM PRESBITERIANO NO ALVORECER DA COMUNHÃO PARA EVANGELIZAÇÃO


*Rev. Ashbell Simonton Rédua

asredua@yahoo.com.br

“Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade.

Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I João 1:6-7

Acabo de ler o texto do Rev. Prof. Dr. Héber de Campos, O Pluralismo do Pós-Modernismo, chego a conclusão do intenso desespero que muitos Homens Presbiterianos vêm sofrendo por conta dos rumos obscuros e inóspitos da religiosidade pós-moderna. Pude abrir meu campo de reflexão e de análise sobre a fé cristã a partir de alguns referenciais, que a leitura deste texto trouxe para mim. Por isso, hoje quero compartilhar com você alguns desafios que nós Homens Presbiterianos precisamos tomar no alvorecer da Comunhão visando a Evangelização do nosso País.

Precisamos entender que o “fazer” evangelização da Igreja sem unidade é escândalo, isto porque no Reino de Deus não existe espaço para o fazer individualista. A Evangelização está sempre evidenciando o aspecto da comunhão, porque não existe espaço para evangelização na igreja de forma individualista. A comunhão tem a ver com o Corpo de Cristo e com a Comunidade do Povo de Deus.

O Apóstolo João associa esta necessidade da vida de comunhão e da unidade visível do povo de Deus na obra evangelizadora. Portanto João está falando de uma unidade organizacional visível na história, através de ações de fraternidade prática, vivenciada no amor e propósitos ideais do Reino de Deus, ineqüivocadamente assumidos como prioritários e portanto dignos de nossa convergência.

É interessante que o Novo Testamento diz que o mundo não vê quase nada, “o homem carnal não entende as coisas de Deus”, porque o “príncipe deste mundo cegou o entendimento dos incrédulos”. Mas com relação a unidade da Igreja o mundo “veria”, isso porque seria uma unidade mais do que metafísica, mais do que espiritual, seria uma unidade analisável, mensurável, sociologicamente compreensível, socialmente perceptível. O mundo perdido, cego pelo diabo, é incapaz de perceber a profundidade espiritual do Reino, todavia deve ser capaz de perceber a unidade do povo de Jesus.

Eu penso que nos precisamos ter alguns desafios se queremos tornar a nossa vida como Homens Presbiterianos ou como igreja, como uma igreja que realmente caminha dentro da vontade para o qual Deus a criou. Se queremos caminhar como uma igreja que viva de acordo com a vontade de Deus, precisamos de ser desafiados constantemente em nossa vida cristã.

A evangelização é uma realidade complexa, que inclui exigências irrenunciáveis. A Evangelização no Novo Testamento é destacada como: serviço (diakonia), proclamação, diálogo, anúncio (kérygma), testemunho (martyria) e da comunhão (koinomia).

O mundo em que vivemos está mergulhando em um caos espiritual, que reflete sua obstinada intenção pela exclusão de Deus. Diante desse quadro, a Igreja deve sempre se posicionar levantando a bandeira do Evangelho de Jesus Cristo. Os desafios confrontam-nos para que tomemos decisões firmes em prol do Reino de Deus (I João 1: 6-7).

Consideremos alguns desafios para o Homem Presbiteriano no alvorecer da Comunhão para Evangelização

Os novos desafios, que colocam novas perguntas, impõem igualmente novas respostas. Encontrar respostas adequadas a nossa prática evangelizadora, não é uma tarefa propícia a seguranças. Vivemos um tempo mais de buscas do que sínteses, mais ingente à criatividade do que ao plágio e à repetição. De nada valem as nostalgias restauradoras de um passado sem retorno. É claro que, em se tratando da herança cristã, na busca de novas respostas, impõe-se salvaguardar a autenticidade primitiva, a experiência dos Reformadores. A coragem de renovação é a única garantia de futuro.

Das novas perguntas, postas por um mundo em profundas transformações, impõem-se, pelo menos, três grandes desafios para o Homem Presbiteriano. São desafios que se apresentam como tarefas, a serem realizadas de maneira processual, gosto muito desta palavra, talvez por causa do Direito. Apresenta-se a necessidade urgente de – re-projetar a missão evangelizadora da Igreja, de re-fontizar a identidade reformada da Igreja e de re-novar a Comunhão da Igreja.


1. Re-projetar a missão evangelizadora da Igreja

O primeiro desafio consiste em definir os contornos da identidade reformada da Igreja na obra evangelizadora. A identidade da Igreja (ser) e sua configuração histórica (instituição) derivam da missão (fazer).

Evangelizar não consiste simplesmente em incorporar pessoas a uma Igreja já pronta mas, antes de tudo, em encarnar o Evangelho na vida de pessoas contextualizando-as. Mas, não também de um evangelho supostamente fora da contingência da história e das culturas, o que não passaria da transmissão de uma determinada versão dele e levaria a uma Igreja monocultural. Neste caso, os interlocutores não passariam de meros destinatários, reduzidos a receptores passivos de um evangelho em uma determinada interpretação e vistos como objetos da evangelização. Ora, a Evangelização, trata-se, antes, de um processo cujo sujeito não é quem leva a fé, mas quem recebe a mensagem revelada, dado que neste processo, não é tanto o evangelho que se incultura, mas os sujeitos da cultura que incorporam, a seu modo, o Evangelho em sua vida, em suas relações.

Na tarefa de resposta ao desafio de re-projetar a missão evangelizadora da Igreja, impõe-se fazer do ser humano o caminhar da Igreja, poderíamos pensar em evangelismo pessoal, ou mesmo no evangelismo pelo testemunho, talvez não, mas pensar no evangelismo como um estilo próprio de viver, viver como Cristo viveu. Isto implica a superação da visão teocentrista e de seu conseqüente eclesiocentrismo ou de uma ação evangelizadora meramente ad intra[i], na esfera do espiritual, e situar a missão evangelizadora no coração do homem numa visão Cristocentrica.

Desafios tais como pobreza crescente, ética social-política-econômica, direitos humanos, democracia, violência, igualdade racial, emancipação da mulher, ecoteologia, dizem respeito também ao Evangelho.

2. Re-fontizar a Identidade da Igreja

A preocupação pela “identidade” da Igreja, assim como pela identidade das culturas, dos povos, dos indivíduos etc., está na ordem do dia e tem sua razão de ser. Isso se deve, por um lado, às profundas transformações atuais e, por outro, à cultura de dominação reinante, que operou uma destruição dos valores tradicionais.

Na Igreja, a atual crise de identidade, em grande medida, deve-se às novas perguntas oriundas de um mundo em profundas transformações, que ao exigirem novas respostas, impõem uma nova compreensão de si mesma e uma nova configuração da Igreja.

A crise de identidade, em um momento e contexto particulares, instintivamente leva a re-visitar o passado, em busca da experiência dos nossos pais (Reformadores). Caminha-se ao encontro do referencial histórico, que fundamentou o caminhar até então, para resgatá-lo no novo contexto. Mas, há duas maneiras muito diferentes de re-visitar o passado, que desembocam em modos diversos de configuração da identidade: uma, é re-visitá-lo a partir da instintiva atitude de medo e de autodefesa, que leva a reafirmar a identidade “de sempre”, ou seja, de ontem; outra, é re-visitá-lo a partir da urgência do presente, propondo-se a uma re-fundação da identidade, na fidelidade à experiência dos Reformadores, em perspectiva de futuro, creio que este é o pensamento essencial da fé reformada, “ecclésia reformata semper reformanda[ii].

Ao buscar a base da nossa identidade no passado, fazendo dele um refúgio, é caminho para o princípio da fé reformada na atualidade. A postura reformada está apoiada em uma visão retrospectiva da realidade, na medida em que se pensa que, não foram os tempos que mudaram, mas a identidade atual que fracassou, por ter se desviado da forma primária. A solução, então, é resgatar a identidade de ontem e trazê-la para o hoje .

No contexto da atual crise da modernidade, a postura reformada está presente também na Igreja. A Igreja está voltada para a esfera ad extra,[iii] em estreita ação do ecumenismo denominacional de linha evangélica[iv], e com os movimentos populares, que perdeu a identidade reformada. Também perdeu seu poder, na medida em que foi usada ou deixou-se usar por outros interesses, por uma politização da fé, que esvaziou a escatologia de sua dimensão transcendente. A salvação foi reduzida à libertação de contingências temporais de ministérios extraordinários. A fé, em seu discurso normatizado que é a teologia, em sua forma de “teologia que liberta”, representa a ingerência indevida de outras ciências na teologia, especialmente da sociologia. A formação, nos seminários e escolas de formação teológica, gera um tipo de pastor crítico em relação à comunhão da igreja, incapazes de veicular uma identidade forte da mesma, diante das vicissitudes da sociedade e das seitas.

A re-fontização da identidade, pela busca da experiência dos Reformadores, nos remete portanto ao próprio caminhar da Igreja na história a partir da Reforma Séc XVI, sob o dinamismo do Espírito Santo. O Espírito Santo não é enviado a uma Igreja já constituída antes de sua missão . A missão do Espírito Santo é constitutiva da Igreja. Ela existe porque o Espírito Santo lhe foi enviado e ela se manifesta a partir deste dom. A Igreja não é nem anterior nem exterior à missão do Espírito. Primeiro há uma missão do Espírito a toda a criação, para que esta criação exista; depois, dentro desta missão geral, surge e existe a Igreja (Pentecoste).

3. Re-novar a Comunhão da Igreja

A Igreja, ainda que seja verdade que não é uma mera democracia, é comunhão, também é verdade que a comunhão pressupõe a koinonia. Passados, entretanto, mais de dois mil anos, por razões diversas, a Igreja parece estar longe de constituir-se em uma koinonia. Na verdade, qualquer forma de autoritarismo é essencialmente contrária à mensagem evangélica.
Evidentemente, estamos falando aqui, não da “origem” do poder na Igreja (a Igreja enquanto manifestação do Poder de Deus), mas de sua gestão, que deve seguir os princípios evangélicos, quais sejam, a ausência de toda sorte de autoritarismo e desrespeito à dignidade das pessoas, a serviço de quem devem estar sempre as estruturas. Certas formas de poder na Igreja, às vezes ditas emanadas do espírito do Evangelho, não passam de heranças históricas, fruto da imitação de poderes temporais .

O acolhimento deve se dar primeiro em nossas afeições e corações, quando então, não se fará acepção de pessoas. Paulo disse que tanto Judeus como gentios deveriam ter o mesmo tratamento no seio da igreja primitiva. Outro aspecto da ética cristã no acolhimento é não fazer distinção entre classes sociais.

A comunhão dos santos faz com que cada graça que Deus concede a um determinado membro da Igreja seja patrimônio de todos os fiéis. Se, numa sociedade, alguns de seus membros se tornam religiosos, ou se santificam, isso redundará em bem para todos os membros da sociedade, e deverá alegrar portanto a todos.

A vida cristã é uma vida de relacionamentos. A comunhão íntima com Deus, pela oração e prática da Sua Palavra, nos leva ao relacionamento fraterno com nossos irmãos de fé. Esse relacionamento cresce na medida em que também cresce nossa fé

CONCLUSÃO

Não importa a sua teologia correta, os seus dons extraordinários ou sua visão ampla e estratégica; se você é individualista e não tem comunhão com a Igreja, você está fora da vontade de Deus. Sem comunhão você é um tijolo fora da construção, um membro fora do corpo, um soldado perdido no campo de batalha, ou seja, uma incoerência, uma contradição, uma vida sem propósito. Você precisa de se relacionar na Igreja por inúmeras razões


BASE BIBLIOGRÁFICA

CAMPOS, Héber Carlos de. O Pluralismo do Pós-Modernismo. http://www.monergismo.com/textos/hermeneuticas/hermeneutica_heber.htm, acessado em 12.11.2007.

Notas

[i] Expressões latinas que significam "para dentro e "para fora". São empregadas para indicar as ações das pessoas da Trindade, seja nas relações internas entre as três pessoas, seja na obra da criação e redenção.


[ii] Igreja Reformada sempre Reformando.

[iii] Por fora e para além das fronteiras.

[iv] Ecumenismo Evangélico segundo o Rev. Dr. Augustus Nicodemus,”é a tentativa de aproximação entre igrejas evangélicas, a nível de cooperação em atividades evangelísticas e sócio-políticas, e mesmo de fusão organizacional. Por exemplo, a cooperação interdenominacional de igrejas e ministros--muitos dos quais não estariam interessados no ecumenismo cristão ou religioso – que se unem para patrocinar uma cruzada de Billy Graham. Vale lembrar que o número de denominações diferentes chegou a 22.000 em 1985 e continua crescendo a uma taxa de cinco novas todas as semanas”. (Ecumenismo – www.ipb.org.br).

* Texto escrito especialmente para a Revista Proposta. Revista editada pela Cultura Cristã, publicada trimestralmente pela Confederação Nacional dos Homens Presbiterianos da Igreja Presbiteriana do Brasil.

24 outubro 2007

REFORMA PROTESTANTE: O LAPSO TEMPORAL DE 490 ANOS

*Rev. Ashbell Simonton Rédua

asredua@yahoo.com.br

Lembrando à Reforma Protestante, o cristão de fé Reformada é levado a situar-se no passado fazendo uma ponte até o presente, esquecendo o lapso temporal de 490 anos (31.10.1517 – 31.10.2007). Neste período a Igreja passou por vários conflitos que de certa forma influenciaram grandemente na formação da Igreja Protestante/Evangélica do Sec. XXI, totalmente ambígua e descaracterizada dos princípios reformados.

Até 31 de outubro de 1517 um monge chamado Martinho Lutero ousou discordar teologicamente da doutrina ensinada até aquele momento, conseguindo provocar grande ruptura na vida Igreja. Um dos temas debatidos na Reforma e que até hoje é debatido nos círculos acadêmicos e eclesiástico é a questão da liberdade com, profundas conseqüências institucionais, políticas, econômicas, culturais e sociais que traduziram sobretudo nos nossos dias .

João Calvino, um dos expressíveis reformadores, escreveu amplamente contemplando nos seus textos a liberdade cristã como um dos pilares da Igreja Reformada, recebendo conceituação ética essencial à vida humana. Tema este que só vim a ter uma compreensão mais profunda após as aulas de Teologia ministrada pelo Rev. Heber de Campos, no curso de Bacharel em Teologia oferecido pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

A célebre frase Ecclesia reformata et semper reformanda est - A Igreja reformada está sempre se reformando – expressão formulada após a Reforma, e vastamente utilizada neste lapso temporal, precisa ser a tônica da Igreja na atualidade, frente a tantos e urgentes desafios, exigindo da Igreja uma postura mais adequada a pos-modernidade sem abrir mão de seus princípios teológicos-reformados.

A Reforma do Século XVI nasceu com a proposta de contestação, de mudanças radicais nas bases da fé cristã, apresentando-se como um movimento libertador, o que de fato aconteceu. Porém, com o passar do tempo, sofre com o perigo, sempre iminente, de um tradicionalismo rígido, extremamente conservador, paralisante, fechado, descolado da realidade.

Portanto, cremos que se faz necessário e oportuno buscar uma constante reforma, retornar aos fundamentos fé cristã, encontrados nas Escrituras e nas grandes doutrinas pregadas pelos reformadores, a fim de não perdermos nossa identidade reformada e influenciarmos, positivamente, com liberdade, a Igreja Evangélica Brasileira, tão sem direção, em conhecimento bíblico e sem firmeza doutrinária. A partir daí Influenciar também a sociedade, buscando transformações em todas as suas dimensões sócio-política-econômica-social-cultural.

Nesse sentido, o princípio reformado autoriza-nos resgatar o pensamento de Calvino e atualizá-lo diante das demandas atuais naquilo que houver, de fato, necessidade.

Neste Lapso temporal a Igreja precisa:

1. Ter visão de mundo e vida da Cristã juntos.

Deus é Soberano, é Senhor de toda a vida. Conseqüentemente temos a necessidade reconhecermos de que tudo o que buscamos para viver, todos os nossos atos, toda a nossa vida, tudo o que nos envolve, deve ser para para a glória de Deus. Como o Apóstolo Paulo escreveu aos coríntios, “Assim se você come ou bebe ou tudo que que você faz, faça tudo para a glória de Deus(I Cor.10:31). Este é um princípio do crente reformado e que em toda a história Reformada foi levado a sério. O Reformado tem o conhecimento e reconhecimento do Domínio de Cristo sobre todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra. Assim expressou Abraham Kuyper: “Não há uma polegada quadrada no universo inteiro do qual Cristo não pode dizer, “Isto é Meu! “

Tenho que admitir que uma visão do mundo e da vida cristã tem provocando reações na vida eclesiástica, quando desagrutinamos a nossa vida em áreas distintas, incorporando um hedonismo prático entre a vida piedosa e a vida coditiana. Tudo o que estamos fazendo fora dos portões da igreja está sob o Domínio de Cristo. Necessitamos promover o ensino da Soberania de Cristo sobre todas as esferas da vida humana, quer na vida particularmente, quer na vida de outros crentes, quer na vida política, econômica, social, financeira, trabalhista, nos negócios, na saúde pública e privada, nos esportes e em qualquer programa de trabalho.Cristo é Senhor, é Deus absoluto sobre todas as coisas.

2. Busca dos meios de restauração evangelística e missionária, como característica vital da revivificação da igreja.

Igrejas verdadeiramente Reformadas sempre expressaram um compromisso forte nesta área. Alguns dos grandes movimentos missionários do século XX e XXI tiveram suas origens nas missões Reformadas. Missionários Holandeses foram para Indonésia, Presbiterianos Brasileiros para a Africa, Paraguai, Bolívia, Espanha, França, Inglaterra, Nova Zelândia, Estados Unidos da América, Escócia, China e Romênia. As Igrejas Reformadas de África do Sul fizeram muito na evangelização de suas terras em substituição ao continente africano. Nós presbiterianos somos uma parte deste movimento missionário, quando definitivamente foi implantado a Igreja Reformada no Brasil, pelo Missionário Ashbel Green Simonton.

De mãos dadas com esta ênfase em evangelização e missões evidenciamos nossa preocupação por revivificação (restauração). Embora esta palavra sofreu abuso em recentes anos, não há nada tão reformado que a revivificação!

Neste Lapso temporal, Deus derramou o seu Espírito p´ra trazer tempos de refrigério. Homens como Martin Lloyrd-Jones, W. A.Tozer, W. Pinck, Spurgeon, ao longo de seus ministérios mantiveram uma fome saudável pela revivificação. A igreja perdeu sua característica evangelizadora e missionária urbana, praticamente não conseguimos desenvolver uma estratégia evangelística nos grandes centros.

Na vida urbana o individualismo tem suas características profundas, principalmente como produto do medo da violência, medo de perder o emprego, medo de ser assaltado, medo de sair de casa e não regressar pôr ter sido vítima da violência pessoal ou do trânsito, há um pavor enorme cirandando as pessoas urbanas, até mesmo em nossa casa tranqüilo, podemos ser vítima fatal de uma bala perdida das constantes disputas territoriais das quadrilhas.

A individualidade do homem urbano é caracterizado também pôr sua falta de tempo, ele está sempre correndo daqui para acolá, vivendo numa dimensão a beira da loucura.

Os filhos são criados pela empregada doméstica, na verdade o relacionamento de pai para com filhos é muito informal e o relacionamento de esposa e esposo tem características hedonista, principalmente afirmado nas palavras de Vinícius de Morais, “o amor é eterno enquanto dura”. O casamento é mais visto com um contrato social, em que duas partes fazem um acordo que a qualquer hora possa ser rescindido.

3. Ter Unidade e Identidade

Vivemos em conflitos pôr causa das migalhas. Parece que não sabemos mais o que é essencial na Igreja, pôr causa das nossas idiossincrasias, nossa pequenez, nosso egoísmo, nossa intransigência, nosso doutrinarismo individualista e divisionista, nós nos dividimos.

Praticamente podemos dividir a igreja em vários grupos: “os tradicionais, carismáticos e liberais”. ampliarmos mais esta divisão podemos encontrar: tradicionais, conservadores, pentecostais, reavivalistas e liberais. A Unidade é uma das marcas da verdadeira Igreja, da verdadeira comunhão santa da Igreja com Jesus Cristo. Os santos vivem em união, portanto a unidade deve ser o resultado natural da compreensão da natureza do ser de Deus.

4. Revitalização da Vocação Pastoral

Às vezes desejo saber se existe fome por revivificação em nossas igrejas. Temos visto muitos aberrações e por isso estamos cansamos. Precisamos ser desafiados novamente.

Precisamos estar orando para revivificação da Igreja? Às vezes me pergunto: porque tão poucos homens vieram a ser chamados e treinados para o ministério pastoral nos últimos anos.

Aquele que sentia-se vocacionado para o ministério, sentia-se agradecido a Deus pôr esta vocação, a sua igreja local e sua família de deliciavam de gratidão pôr esta vocação. Era comum os pais orarem a Deus pôr um filho homem, e, quando este nascia, os pais consagravam-no e dedicavam-no a obra do Senhor. Era sonho das solteiras casarem-se com um pastor, era sonho das mães terem um filho ou um genro pastor.

Atualmente o que é corrente em nosso meio, que somente é pastor, aquele que não conseguiu ser nada na vida. As mães não oram mais a Deus pedindo um filho homem, porém se nasce homem, ele deve ser tudo na vida, menos pastor. Pastor hoje é sinônimo de pobreza, solidão, angustia. A crise vocacional é acentuada ainda com a visão tecnocrata do ministério pastoral. A idéia da Igreja como empresa e o pastor como executivo. A visão do crente não é mais a visão do homem espiritual, crente, fiel a Deus, mas é a visão de um empresário e uma empresa.

Ao perder-se a visão espiritual do ministério, a visão pedagógica, a igreja passa a determinar todas as regras em que o pastor deve obedecer. Se ele obedece as diretrizes da igreja, este permanecerá pôr longo tempo nesta igreja, porém se ele descordar, é mandado embora. É preciso termos em conta que qualquer pastor que opta pelo trabalho espiritual e pedagógico da igreja, terá de líder com questões que consequentemente ferirá uns ou trará descontentamento a outros. Neste caso seguindo os preceitos Bíblicos ele não será um pastor bom, fiel e sincero as instituição religiosa que o contratou. É comum então observarmos o marketing na Igreja, que reflete esta visão tecnocrata.

Conclusão

A Reforma tem grande implicação para a Igreja de hoje, tais como:

1. A Reforma resgatou o conceito de pecado

2. A Reforma pregou a doutrina da Justificação somente pela Fé

3. A Reforma resgatou o conceito da autoridade vital da Palavra de Deus

4. A Reforma redescobriu na Palavra a doutrina do Sacerdócio Individual do Crente

5. A Reforma apresentou, de forma clara e inequívoca, o conceito de Soberania de Deus.

Devemos reconhecer a Reforma como um movimento operado por homens falíveis, mas poderosamente utilizados pelo Espírito Santo de Deus para resgatar Sua verdade e preservar a Sua Igreja.

Soli Deo Gloria