28 maio 2007

PASTORES MIRINS - O DESABAFO DE UM PASTOR


A Revista "O Globo", de hoje publica esta inclível material. A manchete é bem nítida "As crianças que pregam, dão conselhos, atendem desesperados e prometem cura. Conheça crianças que atuam como pstoras nas igrejas evangélicas do país".
A Revista "Família" do Estadão do Maranhão, também publica a mesma matéria. Ao ler a matéria acima finalmente me dei conta de que o termo "pastor" perdeu, por completo, seu conteúdo original. Ser pastor, pelo menos no Brasil, não significa mais ser pregador do Evangelho (Boas Novas) de Jesus Cristo. O significado de ser pastor é melhor nem falar.
Quero voltar a ser leigo! Voltar a ser servo uns dos outros. Não é atoa que a minha esposa sempre fala "éramos felizes e não sabiamos". Tenho que concordar, não há como refutar.
Por que a pressão pelo crescimento. Não tenho dúvidas que a igreja vai crescer. A história demonstra que não apenas igrejas evangélicas, mas também movimentos políticos e econômicos, bem como seitas de toda sorte usam regras semelhantes e prosperam.
Veja aonde chegou a banalização do evangelho! Há uma banalização constante da fé e da prática da vida cristã. Qualquer um é “conferencista”, ministro de música e louvor, gente medíocre é elevada a um panteão de gênio a qualquer pretexto. Na igreja hoje há uma busca insana de se aparecer, e isto é oportunidade para gente inescrupulosa que busca sacralizar e espiritualizar atitudes e modos.
Um antigo professor do Seminário, Rev. Walmir Soares já nos dizia: "geralmente os crentes tudo o que não presta dão à Deus". Eu não sei cantar, como é para a glória de Deus vou cantar". "Eu não sei pregar, como é para a glória de Deus eu vou pregar". "Eu não sei testemunhar, como é para a glória de Deus, eu vou testemunhar". Tudo o que não presta é para a glória de Deus.
É preciso mudar isto, não aquento mais esta banalização com o Evangelho, não suporto mais essa gente que saiu do mundo, mas não abandonou as práticas do mundo. Gente que se apresenta como “ungidos”, e que estão mais preocupados é com a arrecadação dos seus negócios que chamam de igrejas. Crianças inocentes, falando em nome de Deus, que verdadeiros espectros nas mãos desses líderes inescrupulosos que querem que outros façam aquilo que nem eles mesmos conseguem fazer.
Hoje, qualquer um se intitula pastor e tem a esperança não de ganhar muitas almas, mas, muito dinheiro e de ficar rico às custas dos bolsos alheios. Que saudades do tempo onde os homens entravam para o ministério por amor às almas e muitos terminaram suas vidas tão pobres quanto entraram, alguns dependendo da ajuda alheia para viver dignamente os seus últimos dias.Hoje uma igreja próspera não se mede pela quantidade de convertidos ou batizados e sim pelos milhões que tem no banco, e pela postura dos seus líderes. Líderes que estão mais preocupados em fazer política e em aparecerem para a mídia do que em realmente ser homens de Deus.Deus vai pedir conta a esses homens.
mas...
Ainda há pastores!...
Soli Deo Gloria

QUESTÕES ÉTICAS SOBRE OS PECADOS SOCIAIS

A visita do Papa, chefe do Estado Vaticano e Líder da Igreja Católica Romana ao Brasil produziu vários debates, envolvendo a igreja e a sociedade brasileira, tais côo educação sexual, a questão do ficar, aborto, casamento de homossexuais, uso de preservativo, preservação dos valores do matrimônio e da virgindade antes do casamento, e questões éticas como embriões e a eutanásia.
Os debates por serem polêmicos, polarizaram grande parte da população, sendo nítida as evidências de forças favoráveis e desfavoráveis ao pensamento da ICAR. Uma coisa é certa, a Igreja tornou-se o centro de assuntos relacionados aos seus interesses.
Apesar do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fazer uma nítida separação entre o Estado Laico do Estado Brasileiro, o que fica claro no entanto é perceptível que a igreja quer ser ouvida em questões éticas e morais como estas, isto é, o país por ser católico, nesses debates devem ser evidenciado as questões de interesse da igreja, como se fosse um grande concílio.
As ações disciplinares ventiladas pelo Líder da ICAR, aponta a defesa da excomunhão aos políticos pró-aborto.
Na antiga Grécia, o aborto era preconizado por Aristóteles como método eficaz para limitar os nascimentos e manter estáveis as populações das cidades gregas.
Por sua vez, Platão opinava que o aborto deveria ser obrigatório, por motivos eugênicos, para as mulheres com mais de 40 anos e para preservar a pureza da raça dos guerreiros.
Sócrates aconselhava às parteiras, por sinal profissão de sua mãe, que facilitassem o aborto às mulheres que assim o desejassem.
Já Hipócrates, em seu juramento, assumiu o compromisso de não aplicar pressário em mulheres para provocar aborto.
O livro do Êxodo cita que, dentre o povo hebreus, era multado aquele homem que ferisse mulher grávida, fazendo-a abortar. Esse ato de violência obrigava aquele que ferisse a mulher a pagar uma multa ao marido desta, diante dos juízes; se, porém, a mulher viesse a morrer em consequência dos ferimentos recebidos aplicava-se ao culpado a pena de morte.
Ainda que a regra geral se voltasse para a severidade legal, que punia a mulher com o exílio ou com castigos corporais extremados, na prática imperava quase sempre a impunidade.
Com o advento do Cristianismo, entretanto, o aborto passou a ser definitivamente condenado, com base no mandamento "Não Matarás".
Essa posição é mantida até hoje pela Igreja Católica mas, ao contrário do que se possa pensar, ela não foi tão uniforme ao longo dos anos. O que de certo modo favoreceu o surgimento de questões éticas que tomaram outros rumos com os simpatizantes de outras posições que apoiariam mais tarde a Reforma Protestante do Séc XVI.
O que percebe-se em toda essa polêmica é que a Igreja Evangélica de tradição reformada precisa também ser ouvida sobre as questões levantadas. Embora as questões éticas estão sempre em evidências e posicionadas pela Igreja herdeira da Reforma Protestante.

Princípios norteadores da Igreja de origem Reformada
1. Quanto a Legalização do Aborto - Os Protestantes Reformados em sua maioria, são à favor da legalização do aborto em casos como estupro, mal formação do feto, ou quando a vida da mãe está comprovadamente ameaçada pela gestação, respeitando o princípio da Constituição Federal do Brasil, a preservação da vida materna. Caso contrário rejeita-a por ser contrário aos Princípios Bíblicos.
2. Quanto aos Métodos Anti-concepcionais - Os Reformados são à favor do uso de métodos anticoncepcionais como a camisinha (preservativo), a contracepção oral (pílula) e a vasectomia para o controle de natalidade, mas somente entre pessoas casadas.
3. Quanto ao Casamento - Para os reformados, o casamento entre um homem e uma mulher é sagrado, e o sexo só é permitido após o casamento. O casamento homossexual é rejeitado pelos reformados. Amam o pecador, e querem a sua restauração, porém rejeitam o pecado.
4. Quanto ao Namoro - Nossos jovens sofrem a influência da mídia que apregoa a sensualidade e a liberação dos impulsos, sem censuras como forma de atuação prazerosa e mais autêntica, mais satisfatória. Tal comportamento leva à promiscuidade sexual, com suas tristes conseqüências. Os jovens -homens e mulheres - principalmente os que querem levar Deus a sério em suas vidas, observam cuidadosamente, o que Ele diz em Sua Palavra, antes de envolver-se com alguém. É óbvio que o "ficar" não é uma prática para esses jovens. Devemos entender que ficar está carregado do senso do descartável que era próprio das garotas de programas é, hoje, vivenciado por muitos jovens e adolescentes.

Manifesto da Igreja Presbiteriana do Brasil

A Igreja Presbiteriana do Brasil, de herança genuinamente reformada manifesta:
“Quanto à prática do aborto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reconhece que muitos problemas são causados pela prática clandestina de abortos, causando a morte de muitas mulheres jovens e adultas. Todavia, entende que a legalização do aborto não solucionará o problema, pois o mesmo é causado basicamente pela falta de educação adequada na área sexual, a exploração do turismo sexual, a falta de controle da natalidade, a banalização da vida, a decadência dos valores morais e a desvalorização do casamento e da família.”
[1]
“Quanto à chamada Lei da Homofobia, que parte do princípio que toda manifestação contrária à homossexualidade é homofóbica e caracteriza como crime essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre a homossexualidade como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.”[2]

Algumas considerações bíblicas

Em Romanos 1: 26-27, O Apostolo Paulo condena o ato sexual entre o mesmo sexo. Mas devemos entender o sentido teológico, o contexto da redação. O objetivo teológico da Carta aos Romanos é a narrar a justiça e a graça divina que foram reveladas pelo acontecimento Jesus Cristo. A carta enfatiza ainda o fato de que todos os seres humanos são pecadores, sem exceção. Isto é, os versículos de 1:26-27 devem ser interpretados a partir desse objetivo da epístola e esta carta não foi escrita para julgar a homossexualidade em si. Para Paulo o fato de não aceitar Deus como Deus, é a raiz do pecado e fala ser a pessoa [digna de morte] (1:32).
“Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não os enganeis: nem os imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os afeminados, nem os homossexuais, nem os ladrões, nem os avaros, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes herdarão o reino de Deus.” (1 Cor 6:9-10).
“A lei não foi instituída para o justo, e sim para os transgressores e rebeldes, para os ímpios e pecadores, para os irreverentes e profanos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os imorais, homossexuais, seqüestradores, mentirosos, perjuros, e para qualquer outra coisa que é contrária a sã doutrina segundo o glorioso Evangelho do Deus bendito, que me foi encomendado.” (1 Tm 1:9-11).
Há duas palavras gregas que são traduzidas para estes pecados sociais. A primeira é arsenokoitai, a qual é traduzida para “homossexuais,” “sodomitas,” “violadores de crianças” ou “pervertidos”, e a segunda é malakoi, a qual é também traduzida como “efeminados”, “os afeminados” ou os “meninos prostitutos.” Entretanto devemos entender que estas palavras gregas são de difíceis de traduzir levando em conta o contexto das passagens acimas de Coríntios e Timóteo. Malakoi é uma palavra comum e significa “suave.” Pode referir-se a roupa (Mt 11:8) bem como a questões morais, como “falta de disciplina.” Já Arsenokoitai é uma palavra rara que se compõe de arseno – “homem,” e koitai – “cama”, e que significa “deitar-se ou ter sexo com”. Unindo arseno + koitai, a palavra significa “homens prostitutos”.
Soli Deo Glória

[1] Brasileiro, Roberto. Manifesto Presbiteriano com a respeito das leis sobre o aborto e a homofobia. http://www.ipb.org.br/noticias/noticia_inteligente.php3?id=808
[2] Idem Ilibem.