25 junho 2006

EVANGELIZANDO A CIDADE - II - AS TRIBOS URBANAS

A Edição especial da Veja de ju1ho 2003, trás uma reportagem “O jeito de cada tribo“. Segundo o redator, “a revista jovem reuniu representantes das seis tribos urbanas mais numerosas do Brasil e pediu a eles que contassem como é seu estilo pessoal.” Creio se a Igreja pretende alcançar essa turma, além de conhecer essas e outras Tribos Urbanas, deverá adaptar a comunidade local para recebe-los.

1. Tribo Eclética
• Seus estilos de música preferidos são hip hop, pop e samba. É fã da banda americana Lifehouse e da musa dos teens rebeldes Avril Lavigne
• Gosta de ir ao cinema. Adorou Gangues de Nova York, À Espera de um Milagre e A Bela e a Fera
• Teve um piercing na língua, mas já o tirou. Agora tem vontade de fazer uma tatuagem, porém ainda está indecisa.
• Suas roupas são básicas: jeans M.Officer, camiseta da Track & Field, Siberian e C&A e tênis Nike• Vai a poucas baladas, gosta mesmo é das festas na casa dos amigos
• Não tem nenhum ídolo• O que sempre carrega na mochila da escola além do material: a carteira e chicletes
2. Surfista
• Seus sons preferidos são reggae, rock e rap. O cantor do momento para ele é o americano Ben Harper, considerado pelos fãs uma mistura moderna de Jimi Hendrix com Bob Marley
• Sua prancha preferida é Bushman; a parafina da hora é Sticky Bumps. Para ele, o melhor calção para surfar é Quiksilver, com camiseta Oakley ou O'Neill. Roupa de borracha é da Rip Curl ou O'Neill
• Surfa no Litoral Norte de São Paulo, mas sonha viajar para a Indonésia
• Usa bermudas Gap e Volcom, camisetas de campeonatos de surfe e tênis Reef
• Sua maior diversão é ficar batendo papo com os amigos na água, boiando em cima da prancha enquanto espera as ondas
• Seu maior ídolo é Kelly Slater, surfista americano, seis vezes campeão mundial
• Em sua mochila da escola vão cadernos, canetas, livros didáticos e um casaco
3. Tribo Clubber
• Seu som preferido é o tecno. É fã dos DJs Mau-Mau e do casal Ana & Davi, que tocam nos clubes de São Paulo. Adora festivais de música eletrônica e raves
• Os cuidados com o visual incluem esmalte preto nas unhas e delineador preto da Avon, que também usa para fazer bolinhas nas pálpebras
• Gosta do escritor Paulo Coelho e seu livro preferido é Veronika Decide Morrer
• Tem uma tatuagem pequena nas costas e quatro piercings (na barriga, no nariz e nos mamilos)
• Gosta de usar saia curta, coturno, camisetas coloridas. Como acessório, um colar do Exército americano feito de strass. As marcas preferidas são Reinaldo Lourenço, A Mulher do Padre e Sommer
• Seu maior ídolo é DJ Rush, que mistura efeitos eletrônicos com música brasileira e The Beatles
• Na bolsa vão cremes, óculos, CDs, documentos, celular, agenda, maquiagem e às vezes uma muda de roupa
4. Tribo Roqueira
• Só ouve rock e hard rock. Curte desde os jurássicos australianos do AC/DC até as bandas mais recentes, como The Donnas, Turbonegro, Hellacopters, Backyard Babies
• Maquia-se todos os dias antes de sair de casa. Passa muito lápis preto, muito blush, base, iluminador e brilho nos lábios
• Gosta de cinema e é fã do filme Quase Famosos, de Cameron Crowe, sobre um adolescente escalado para cobrir uma turnê de uma banda de rock para a revista Rolling Stone. Mantém um fotolog com o pseudônimo de Lovefoxxx
• Não gosta de livros, prefere revistas moderninhas, como a inglesa The Face
• Sua roupa para a balada e para o dia-a-dia é a mesma. Calça jeans justa sem marca, camiseta com cara de antiga ou de banda, tênis de cano longo All Star, Reebok e Vans. Jaqueta em estilo tradicional old school
• Seu maior ídolo é Terry Richardson, fotógrafo que se denomina "rocktografer"
• Tem sempre na bolsa uma garrafa de água, chiclete, porta-CDs de oncinha, discman, uma agenda pink e laranja, caderno, lapiseira e celular
5. Tribo Esportista
• Curte MPB, reggae e rock. Ouve tanto a banda de surfe e skate music californiana Sublime quanto o pantaneiro Almir Sater
• Sua maior paixão é pedalar. Tem uma bicicleta Aerotech e vai a todo canto com ela. Gosta de fazer mountain bike e é faixa marrom de caratê
• Uma de suas poucas vaidades é tosar os cabelos com máquina• Seu uniforme para o dia-a-dia é composto de bermuda de tactel com logomarcas oficiais de campeonatos de surfe e ralis, tênis Timberland e camiseta Hering
• Seus programas noturnos preferidos são jantar e cama. De vez em quando vai a um barzinho calmo ou a uma pizzaria
• Seu maior ídolo é Michael Schumacher, campeão de Fórmula 1
• Carrega sempre na mochila da escola livros, carteira e canivete suíço

6. Tribo Hip Hop
• Ouve hip hop e rhythm'n'blues. Revezam-se em seu CD player os discos da dupla francesa de soul Les Nubians e da musa do hip hop Missy Elliott
• Lê revistas de moda, estilo e música negra americanas. Curte livros de sociologia e história negra. Está lendo Esmeralda -- Por Que Não Dancei, autobiografia de Esmeralda Ortiz, uma ex-menina de rua viciada em crack
• O filme preferido é o brasileiro Cidade de Deus, de Fernando Meirelles
• Capricha no visual moderno, sempre usando uma saia e uma camiseta combinadas com botas e tênis bacanas. Não se importa com grifes, mas gosta de jovens estilistas brasileiros, como Caio Gobbi e Andrea Bilinski• A balada preferida é aquela em que rola música black
• Tem vários ídolos negros, entre eles a cantora de rhythm'n'blues Jill Scott
• Sempre carrega na bolsa creme hidratante, batom, o livro que está lendo, um dicionário de bolso inglês-português e um caderninho para anotar pensamentos e letras de rap que está compondo

7. Outras Tribos
Tribos como Nerdes, Grunges, patricinhas, roqueiros, punks, surfistas, góticos, brother, sister, clubbers, hypes, cults... São diversos subgrupos sociais, verdadeiras tribos que formam o espaço urbano. Para quem está de fora, eles são, no mínimo, exóticos. Adotam visuais chocantes que fogem aos padrões impostos pela cultura maior ou dominante, têm seu próprio vocabulário (ou como algumas denominam, "dialetos") e principalmente uma outra maneira de ver o mundo, que muitas vezes bate de frente ao pensamento corrente na cultura maior.
As experiências e testemunhos das comunidades periféricas e excluídas ao redor do mundo nos revelam situações de extrema dor... dor impostas sobre tudo por sistemas econômicos, políticos e sociais ( caracterizados pela cobiça e a ânsia de poder), ao lado da ignorância e desesperação das próprias vítimas. Esta situação faz com que sejam muitos os do povo de Deus que sofrem e morrem; por isso há uma urgente necessidade de mudar e transformar as estruturas injustas da sociedade.
É nestes contextos locais e nacionais que Igreja é chamado a servir. A Igreja crê no caráter central do local; só podemos falar do significado e a prática destinada a transformar a vida e a fé na medida em que participamos e ofereçamos nossas vidas em determinadas situações e comunidades. A forma evangelização parte de um autentico e fiel compromisso com o povo em suas lutas e necessidades locais.
É a partir das experiências das lutas locais, que expomos as convicções em torno da missão e evangelização, reconhecendo, que Deus realiza sua obra antes da igreja e seguirá fazendo-a por e para além da igreja.

EVANGELIZANDO A CIDADE
Qualquer reflexão ou ação evangelizadora, transcultural ou não, deve levar em consideração as mudanças que estão acontecendo ao nosso redor e que afetam a todos nós, assim como as instituições, sejam elas eclesiásticas ou não, nas quais estamos envolvidos.
Todos os que se interessam pela evangelização devem prestar atenção ao cenário que se forma, no qual os atores são as ovelhas sem pastor que estão sendo “horrendamente tatuadas pelas complexidades” dos dias em que vivemos.
Se você quer envolver nessa obra evangelizadora, comece:
• amar a cidade.
• descobrir os valores da cidade:
• entender o jeito da cidade.
• entender a linguagem e os símbolos da cidade.
• ir ao encontro:
• criar uma mística própria da cidade,
• acolher os que sofrem na cidade.
•desenvolver o exercício da cidadania.
• valorizar, incentivar
• tornar uma igreja mais extrovertida,
• acreditar no aspecto evangelístico da Igreja.
• criar organismos
• valorizar a evangelização ambiental


"O que vimos e ouvimos vô-lo anunciamos" (1Jo 1: 3a)

“Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio" (Jo 20: 21).

Soli Deo Glória

Rev. Simonton

Notas:
Ramos, Robson. Evangelização no mercado pós-moderno. http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=220, acessado em 23.06.2006;

O Jeito de cada tribo. http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2003/p_048.html, acessado em 23.06.2006

Magnani, José Guilherme Cantor. TRIBOS URBANAS: metáfora ou categoria?. http://www.aguaforte.com/antropologia/magnani1.html, acessado em 23.06.2006

Donnici, Maíra. Tribos Urbanas. http://www.bolsademulher.com/estilo/materia/tribos_urbanas/3686/1, acessado em 23.06.2006

Tribos Urbanas. http://www.tribosurbanas.cjb.net/, acessado em 23.06.2006

Camargo, Yara. Cultura jovem é analisada por núcleo da Antropologia. http://www.usp.br/agen/repgs/2004/pags/171.htm, acessado em 23.06.2006

Comblin, José. Pastoral Urbana: o Dinamismo na Evangelização.Marcelo Pepe: Florida: USA

A Arte de Evangelizar a Cidade. In Jornal “Missão Jovem”. http://www.pime.org.br/missaojovem/mjevanggeralarte.htm,

24 junho 2006

EVANGELIZANDO A CIDADE - I


Segundo Ribbert o Evangelho não pertence a nenhuma cultura particular. Ele tem de ser expresso em forma culturais e humanos dentro de culturas específicas (inculturacao). Ele é supracultural e incultural (Jesus o exemplo). Cultura é um sistema integrado de idéia, sentimentos e valores que são associados por um padrão de comportamento, produto, e que regulamenta o que as pessoas pensam, sentem e fazem. Para já, seria lógico salientar que a promoção humana, sendo um dos aspectos importantes da evangelização, está também ligada ao processo da inculturação.
Neste sentido, a promoção humana deve ser considerada, naturalmente, no âmbito da inculturação, pois entre evangelização e promoção humana - desenvolvimento, libertação - existem de fato laços profundos. Por isso, a evangelização deve conhecer também ações concretas e não apenas palavras sonantes.
Neste contexto, o Evangelho deve enraizar-se no contexto próprio e partilhar as lutas, ansiedades e esperanças da sociedade a evangelizar. Deve inserir-se na vida social e adaptar-se à cultura local. A evangelização deve atingir o homem e a sociedade em todos os níveis da sua existência, que se exprime, portanto, em actividades diversas. É neste quadro que podem ser consideradas as actividades que visam a promoção humana, que projecta, à luz da fé cristã, a verdade, o bem, a justiça, a liberdade, a dignidade do homem, a família, etc., concretizando algo de especial: a vida nova em Cristo. É assim que a cultura humana se abre ao infinito.

A CIDADE TEM SUA CARACTERÍSTICAS:

• A cidade é uma realidade dinâmica, que se transforma mais rapidamente.
• Na cidade as pessoas vêm a um centro maior para comprar, fazer tratamento médico etc.
• Na cidade há ineficiência dos serviços públicos que provocam o surgimento de um poder paralelo, muitas vezes violento.
• Na cidade a realidade social é muito fragmentada, as pessoas buscam a sua identidade através da cultura de origem ou da adesão a grupos religiosos (ex.: religiões novas ou seitas).
• Na cidade o consumismo é violentamente disseminado, principalmente pela televisão.
• A atividade intensa das pessoas faz com elas fujam da cidade no fim de semana para buscar isolamento e descanso, perdendo assim o sentido do Domingo como o Dia do Senhor.
• Na cidade há presença de uma religiosidade profundamente individualista, buscando respostas imediatas às “angústias e necessidades do ser humano urbano”.
• As grandes cidades refletem hoje situações humanas que estão acima do alcance das comunidades tradicionais, como as Igrejas Tradicionais.
• Na cidade há pessoas muitas vezes desprovidas de tudo, afastadas da Igreja, feridas na sua cidadania, etc.
continua...

16 junho 2006

II CONGRESSO EVANGELIZAÇÃO URBANA - 2ª Parte

A noite foi longa, sono leve, o que nos leva a meditar e orar. Agluma coisa questiona o meu coração, levando-me a pensar profundamente sobre algumas questões irrelevantes:
1. A sitauação dos nossos pastores
Não está bem para muitos colegas qaue perderam o ânimo, a fibração pela vocação ministerial. Isto me preocupa muito. É uma questão generalizada, vários colegas estão vivendo em crise profunda, estão tão desanimados, frios e solitários.
Precisa-se fazer algo por eles, precisamos como igreja ajudar os nossos pastores.
2. Os nossos seminários
Há algumas preocupações:
a) professores sem teologia, ou com princípios e padrões teológicos diferentes do adotados pela IPB. O Pensamento liberal que tem rondado nossos seminários. Tirando o referencial bíblico e doutrinário-confessional. A qualidade do ensino com excessão de alguns, é precária, estando aquém do que é necessário.
b) Professores frustrados no ministério pastoral. Grande parte dos professores de alguns dos nossos seminários, são ou foram péssimos pastores. Destruiram, dividiram, desagrgaram as igrejas que pastoreavam, e, entenderam que foram chamados para ensinar. Mas como ensinar os futuros pastores para serem pastores de igrejas se eles mesmos não são referencial de um ministério pastoral bem sucedido. É uma incoerência continuarmos assim.
c) Os seminaristas - muitos não tem a vocação, mas estão usando a igreja, quando os seus objetivos não estão relacionados com o ministério pastoral. Estam preocupados apenas em conseguir um trampolim para uma outra formação acadêmica. Vale ressaltar que o pastor tem certo status quo e goza de vários privilégios.Assim o ministério torna-se o meio mais rápido para o sucesso profissional em outras áreas. Basta olhar as resoluções da CE/IPB anualmente que verifica-se o grande número de pastores que pedem exoneração para desenvolver outra atividade.
d) O ensino intelectual dissociado da piedade devocional. Culto no seminário parece ser coisa do passado, ñão há o desenvolvimento do amor a vida pastora, a igreja.
3. O relacionamento pastor-conselho
Muitos conselhos estão profissionalizando o ministério pastoral. Geralmente quando a igreja abre um processo eleitoral, o que fica evidenciado é o profissionalismo em detrimento da vida espiritual. O Pastor é mais um técnico, um administrador, a algúem que até compara o pastor com um técnico de futebo, coisa horrível isto. Ah! estava esquecendo. A Igreja agora é uma empresa, assim como empresa exige-se do candidato: xx anos de ministério (comprovação profissional), currículo vitae, curso de Mestrado, línguas, principalmente a igreja, experiência pastoral em outras igrejas como pastor efetivo ou evangelistica (pastor auxiliar e co-pastor não serve), etc.
Se este relacionamento é profissional, não há dúvida de que admitir e demitir pastor é uma coisa normal neste universo cristão.
Irmãos as consequências são terríveis, é por isso que temos muitas igrejas doentesw.
4. A Instabilidade e Insegurança Pastoral
Muitos colegas não tem mais aquele compromisso com Deus como requer a vocação Pastoral. Pra alguns colegas o melhor é abrir mão do compromisso com Deus em função de um bom salário, ou mesmo submeter a certos acordos para preservar a segurança financeira da família. Depender de Deus, fé, compromisso está no campo da metafísica.
Bem irmãos tentei dormir, não consegui devido a essas preocupações.
Penso que devemos orar muito pela nossa Igreja, pelos nossos pastores, pelos nossos professores de seminários e pelos nossos seminaristas.
Que o Senhor tenha vuidade de todos nós.
Ah! vamos tomar o café, o dia hoje será intenso.

Abraços
Rev. Simonton

II CONGRESSO EVANGELIZAÇÃO URBANA REGIÃO CENTRO-OESTE -



Ontem iniciou-se o II Congresso de Evangelização Urbana da Região Centro-Oeste, em Campo Grande-MS. Saímos de Niterói de manhã, bem cedo e já no Aeroporto do Galeão, encontramos o Rev. Antonio Carlos, um dos Preletores do Congresso. Em São Paulo juntou a nós, ou juntamos ao Rev. Roberto Brasileiro, Presidente do SC/IPB e também preletor do Congresso. Além de compartilharmos de vários assuntos, também incluímos os assuntos relacionados a nossa Igreja: Seminários, reunião ordinária do S C/IPB, as questões que envonve as igrejas locais e seus pastores, que por sinal foi muito proveitosa.
Chegando à Campo Grande-MS, fomos recebido por uma comissão muito especial: Rev. Adoniran Judson, presidente do Sínodo e o Rev. Jackson, pastor da 4ª Igreja Presbiteriana de Campo Grande. O Rev. Adoniran é o pastor da 2ª Igreja.
No hotel já estavam o Rev. Jeremias Pereira e a irmã Cláudia (esposa do Jerê), Rev. Itamar e o Rev. Cícero. A noite juntou-se a nós o restante da equipe: Rev. Jonas Zulske e o Rev. Ricardo Agreste, meu colega de quarto.
O Rev. Roberto Brasileiro abriu o congresso com uma mensagem desafiadora, sobre o tema: "O homem segundo o coração de Deus", desafiando os presentes a buscar a integridade ética e moral como consequência da nossa Salvação.
A 2ª mensagem da noite foi pregada pelo Rev. Antonio Carlos, que foi muito enfático, argumentando o perigo de dessassociar a fé das obras. As obras aqui está relacionada com o amor que devotamos à Deus.
Ontem estiveram presentes no congresso cerca de 500 pessoas. Irmãos muito amáveis, atenciosos, além da cidade ser muito bonita.
A equipe reuniu-se para um lanche após as atividades da noite, saboreando uma deliciosa pizza. Também nesse momento tivemos a oportunidade de trocarmos várias experiências, visando o crescimento da Igreja na região.
Bem está na hora do cochilo, já passa de meia-noite.
Até mais.
Rev. Simonton - membro da CNE e Preletor do Congresso

09 junho 2006

ESPIRITUALIDADE NAS CELEBRAÇÕES MILITARES

*Ashbell Simonton Rédua
asredua@yahoo.com.br


Falar sobre Espiritualidade nas Celebrações Militares é no mínimo algo suspeito, porque há uma análise dos impactos do exercício religioso nas Organizações Militares. Mas diante da religião como envolvimento pessoal, há uma suspeita forte de ela ser algo muito subjetivo, emotivo, fora do alcance da objetividade militar. No âmbito dos sistemas religiosos, a teologia trata dos assuntos do conteúdo revelado quase com exclusividade, só que ela o faz de uma forma domesticada, adequada para o uso institucional de cada igreja ou denominação. No senso comum, o exercício da religião na vida militar fica restrito ao âmbito pessoal, e tudo o que diz respeito à religião permanece fechado no íntimo da pessoa, intocável para reflexões e críticas, contudo respeitando a confessionalidade da Constituição Brasileira, das garantias individuais.
A espiritualidade enquanto dimensão do ser humano no processo de compreender, julgar e interferir nas Organizações Militares, como tal, ela é um prisma da pessoa para trabalhar as suas experiências, e representa um forte motivador para as suas ações e um referencial para o seu comportamento social-militar.
Falo sobre esta dimensão a partir de uma ampla experiência vivida na caserna dos anos de 1977 a 2005 em várias Organizações Militares do Exército Brasileiro e em diferentes regiões brasileiras, numa ótica militar-pedagógica de possíveis mudanças sociais. Sinto uma redescoberta do interesse pela religiosidade em diversos níveis da caserna, por constatar a sua importância na construção das relações sociais dos militares, mas também pela abertura de alguns segmentos religiosos às reflexões das ciências militares e humanas. Neste início da discussão quero estimular posicionamentos apaixonados e críticos, céticos e desafiadores.

1. Espiritualidade na Caserna como qualidade de vivência da realidade
A espiritualidade se localiza entre as experiências humanas da realidade. É uma qualidade de vivenciar o mundo. Mesmo que experiências sejam algo pessoal e singular na sua expressão, existem aspectos gerais que distinguem este tipo de experiências de outras. O específico da espiritualidade se caracteriza justamente pela forma particular de vivenciar, perceber e significar momentos e espaços. São momentos únicos de festa ou de dor, de felicidade ou de limite. São espaços especiais por proporcionarem às pessoas sensações diferentes da rotina cotidiana: desde a tranqüilidade até o envolvimento das Organizações Militares em ambiente litúrgicos de um sagrado até o vazio do silêncio absoluto imposto pelas diversas missões e desafios enfrentados.
Os momentos e espaços podem ser estimulados por elementos externos – o fato dos militares se encontrarem para festejar ou celebrar, estímulos ambientais das formaturas e paradas, como música ou canto das canções militares, pensamentos e reflexões, palavras poéticas ou sagradas, interpretações de regras e regulamentos – mas o que torna os momentos e espaços espirituais é o significado que eles recebem pela percepção humana. A própria experiência da pessoa os faz celebridades, os heróis militares são celebridades que são sempre relembrados como referenciais de vida. Espiritual não é uma característica objetiva, mas os militares descobrem em momentos e espaços celebrativos uma dimensão essencial da sua existência.
O espiritual depende do clima naquele momento e naquele lugar, como os militares se sentem, se relacionam entre si, se manifestam e percebem a si mesmos e o ambiente. A vida militar se apresenta, neste instante, como algo íntegro e completo, sem problemas, exclusões, desrespeitos e preocupações.
Algo assim é marcante para as pessoas como indivíduos ou como grupo. Momentos e espaços espirituais são chaves para a compreensão da própria existência na sua dimensão cognitiva e emotiva. Sempre são relembrados silenciosamente quando ocorreram apenas no íntimo de uma pessoa, ou abertamente quando partilhados com outras pessoas.
Em certo sentido, pode-se dizer que a vida militar gira em torno da festa, move-se no sentido da celebração. Nós lutamos de sol em sol para conseguir aquilo que dê alimento e sentido à vida e que, portanto, mereça ser festejado jubilosamente em companhia de nossos heróis e entes queridos: trabalho, amor, alimento, lar, saúde, liberdade, paz, tempo para descansar, brincar e desfrutar da amizade gratuita. Lutamos constantemente para encontrar motivos, tempo, espaço e outros recursos para poder celebrar a vida sem medo nem culpa; para poder festejar o bom da vida sem causar sofrimento à vida dos outros.
Podemos afirmar, então, que a espiritualidade nas Celebrações Militares se manifesta em experiências intimamente ligada à busca de sentido na vida. Esta busca pode ser caracterizada por duas tendências contraditórias e complementares: a busca por segurança e a busca por felicidade. A primeira fundamenta atitudes mais conservadoras e contidas, querendo manter, controlar ou aprofundar um estado de estabilidade na vida (regulamentos e as leis militares). A segunda tendência motiva conquistas prometedoras do novo, arrisca-se com algo desconhecido, estimula experiências diferentes e expõe-se ao segurar a vida, vivê-la e conquistá-la, ao mesmo tempo; procura instâncias de segurança e caminhos para a felicidade.

2. A Espiritualidade nas Celebrações Vida Militar como limites da vida
A Espiritualidade nas Celebrações Vida Militar nos leva aos limites da vida. É uma forma de confronto com abismos, com o desespero, com o medo, com a exclusão, mas também com o novo, com aquilo que ultrapassa esta mesma restrição e imposição.
O limite é o tema central dos momentos e dos espaços, mesmo nem sempre sendo manifestado de maneira explícita. O limite é o ponto de partida para trabalhar, pensar e fazer experiências vivenciais nas celebrações da vida militar.
Os limites são múltiplos. O limite da vida social: as ameaças da exclusão, das promoções, dos soldos, da violência cotidiana e da não-cidadania, experiências e indignações. O limite do dia-a-dia: o imprevisto, o impossível e o improvável, conquistas transformadoras e desastres repentinos, rupturas e novidades inesperadas. O limite da própria existência: a vida em risco, o rompimento dos laços existenciais de vida, a perda e a saudade de algo que fazia parte de nós.
Os limites são lugares de confronto e de decisão. No quartel, a vida acontece em sua normalidade. No meio das atividades militares, o ser humano sente-se seguro e estável. A postura é de afirmação e despreocupação. Oposto ao quartel, a situação do limite desafia para mudar e transformar. As ameaças colocam em risco a própria vida e levantam questionamentos, dúvidas, necessidades do novo. Enquanto o lugar do quartel tende a estar preso à normalidade da rotina cotidiana, o limite enxerga a realidade a partir dos porquês e dos para quês, vai além das aparências da rotina e reivindica respostas consistentes para a vida.
O limite é um lugar frutífero para pensar e questionar as coisas, para enxergar o diferente. Com isso, o limite também é a possibilidade de encontro com algo novo. A libertação das amarras da normalidade estimula a busca para além dos limites e abre a vista para indícios escondidos e desvalorizados de vida, para possibilidades de mudar radicalmente o referencial e, com isso, os fundamentos da nossa vida cristã das relações sociais militares. Dissemos que o limite é o lugar de confronto e de decisão, o lugar da ruptura e da possibilidade do novo. Não dissemos, porém, qual é a decisão, contudo a experiência cristã do militar direciona e redireciona a tomar decisões coerentes com os princípios e padrões ensinados nas Escrituras Sagradas (Bíblia).
A Espiritualidade nas Celebrações Vida Militar oferece espaços e momentos que se caracterizam por destacar-se da rotina, possibilitando, inicialmente, a ruptura e o diferente. Culto para os cristãos respeitando a singularidade dos credos: católicos, protestantes/evangélicos. Sem proselitismo, a partir disso, o militar cristão e o grupo que ele compõe naquele momento começam a ultrapassar a situação imposta e transcender os referenciais, não negando, porém, a normalidade da interpretação e das relações religiosas com outros militares.

3. Espiritualidade nas Celebrações Militares como construtora de pontes para a vida
Construir uma ponte significa, nesse sentido, superar essa posição social da exclusão generalizada e criar possibilidades de integração e de dignidade. O potencial de mudança da espiritualidade pode ser sistematizado nas seguintes dimensões:

a. Tornar-se sujeito na construção de pontes através dos encontros e desencontros
Não tinha nem a coragem de olhar para fora da caserna, para vida civil além da dimensão militar, reconstruir pontos militares para a vida civil. Eu achava que tudo era contra mim. Hoje, a vida é tão diferente. Aprendi com os outros o que é vida. Aprendi quem sou. Hoje, na reserva e desenvolvendo o Ministério Pastoral na Igreja Presbiteriana do Brasil, também como Conciliador do 1º Juizado Especial Civil, em Niterói, luto e grito por meus direitos.
Mas lá na caserna aconteceu uma acolhida da minha pessoa como militar, uma recepção como gente. Há tempo para escutar o outro e falar de si, quantas vezes escutei pessoas no limite do desespero, e ajudei-as para o retorno a normalidade, isto porque nas Organizações Militares, ao contrário do que se pensa, estimula-se a liberdade de expressar-se, de manifestar-se e de afirmar-se. Pessoas silenciadas pela sua situação de vida começam a se descobrir como alguém, começam a detectar a sua identidade – “eu sou alguém, eu sou singular” (em 1977 não era ninguém, hoje sou alguém). “De repente”, o militar começam a contar a sua vida, reconstruindo a sua própria história. Em muitos casos, forma-se ao mesmo tempo uma coletividade, uma comunidade, um grupo integrado de pessoas. Uma coisa é imprescindível à outra: o militar tem de ser acolhido e estimulado por outros para encontrar a si mesmo numa outra condição – passar de ser objeto, não-ser-ninguém, não-poder-opinar, não-ter-vontades, a ser sujeito, ser aceito, ser ouvido, ser respeitado. Paralelamente, a aproximação como grupo: uma comunidade somente se forma com base em pessoas que a querem e a constituem com identidades, marcando um rosto diversificado, mas unido.
O encontro consigo mesmo e a formação de comunidade não acontecem somente em e graças a celebrações, em momentos e lugares especiais. Pelo contrário, todos os momentos e espaços em que isso acontece se tornam especiais, espirituais por superar limites, por mudar e conquistar o novo. Lá onde há descoberta de si como parte de um coletivo unido acontece espiritualidade.

b. Espiritualidade nas Celebrações Militares como processo de participação (parte e ação) e “comunicação” (comunhão e ação).
Aqui não posso deixar de citar meu último Diretor, Cel Vitor César: “o processo não está funcionando”, claro que isto me questionava, mais tarde entendi que processo é participação, isto é, parte e ação, duas dimensões do cotidiano militar (ele é parte e ação ao mesmo tempo de todo o processo). Juntos, cada um com sua parte, fizemos as celebrações. De repente, no meio da celebração, todos se juntaram e surgiu uma festa, sabe. Em todos passava a certeza que podemos fazer que as coisas mudem. Há uma enorme importância para a reconstrução da vida na participação coletiva no cotidiano militar. A participação constitui uma pressuposição, por um lado, da sensação de um projeto maior e, paralelamente, do fato de que cada um se percebe como parte deste projeto. Sentir-se parte significa ser incluído e formar um conjunto solidário.
Decisiva para a participação é a qualidade das inter-relações que se estabelece por meio da acolhida e do respeito, da forma como cada um é recebido e valorizado. Ser parte necessita a ativação de sua capacidade singular para assumir uma responsabilidade coletiva. Neste sentido, a pessoa “acorda” para o agir como sujeito, saindo de uma postura reativa e acomodada.
Mas a participação também representa uma qualidade diferente de estímulo para agir, na medida em que supera a postura da competição como indivíduo isolado no horizonte de um conjunto maior.
Um outro elemento decisivo encontra-se na presença de um projeto comum. Este deve ser construído e reconstruído a cada instante por ser o norte, a orientação básica e, ao mesmo tempo, o “cimento” da participação, aquilo que une as pessoas. Um pré-requisito para um projeto comum é o sucesso da comunicação: uma linguagem que todos considerem a sua, que seja autêntica e que ocorra num espaço de diálogo que está aberto ao ouvir e falar.
Em relação à participação e comunicação, as celebrações demonstram diferenças significativas. Enquanto liturgias institucionalizadas ensinam com rituais fechados uma obediência silenciada, momentos e espaços espontâneos e abertos tendem a estimular a construção de sua espiritualidade a partir das contribuições dos presentes.

c. Um novo referencial – libertação para a vida
Eu mudei. De repente, abriram-se os meus olhos. Uma mudança de postura na vida requer uma mudança de valores e de referenciais; requer a ruptura da lógica ideológica do limite que se impôs, ocupando o pensar das pessoas. Libertação para a vida significa, principalmente, a ruptura com os “preconceitos” da normalidade e da moral estabelecida que responsabiliza cada indivíduo por seu lugar social. Promessas superficiais mobilizam pontualmente as pessoas; mudanças de postura, no entanto, ocorrem lentamente a partir de descobertas de “conteúdos da vida”, princípios constituintes do ser humano (sentido, dignidade, felicidade, como fruto de reflexões em que cada pessoa participa e tira as suas próprias conclusões.
As fontes que estimulam estas reflexões precisam de autoridade e integridade a fim de passar confiança num mundo em que a maioria não acredita em mais nada e ninguém. A Escritura Sagrada (Bíblia), representam este tipo de fontes de autoridade e integridade; as suas mensagens são capazes de trazer uma nova visão para o viver e um novo horizonte para o agir.
Estudos desta fonte confrontam com mensagens de valorização da vida, da pessoa e da justiça e estimulam para pensar a vida de uma forma mais ampla, com certeza aqui se estabelece a diferença de suportar as adversidades e buscar a felicidade na caserna.
O potencial de celebrações espirituais consiste em alimentar constantemente os sonhos num horizonte utópico. São pequenas conquistas relembradas, refletidas e valorizadas que fazem nascer a esperança, um acreditar e apostar que o impossível é possível. São as partilhas e as experiências de solidariedade e dignidade em momentos de comunhão que antecipam a utopia e a inserem na vida presente.

Conclusão
A Espiritualidade nas Celebrações Militares deve ser considerada na construção de militares críticos com autenticidade e autonomia, assim como na constituição relacionamentos com base em relações mais respeitosas e justas de acolhida e solidariedade coletiva. Não há receitas nas reflexões sobre espiritualidade, e respostas claras são suspeitas de restrições dogmáticas.
A partir de momentos e espaços, sejam eles estimulados ou expressões espontâneas, abrem-se caminhos do novo, criados pelos próprios participantes.
Cabe a nós, oficiais e praças, lideranças preocupadas com um mundo melhor, percebermos o potencial, aprendermos com o diferente e cultivarmos as raízes da insistência do novo.
Que Deus vos abençoe!
Soli Deo Glória
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DADOS BIBLIOGRÁFICOS
OESSELMANN, Dirk Jürgen. Espiritualidade e Mudança Social. Porto Alegre: Revista de Estudos Teológicos, 42(3):5-16, 2002.
(Adaptado e modificado)
DADOS BIBLIOGRÁFICOS ORIGINÁRIOS
ALVES, Rubem. Tempus fugit; carpe diem. Tempo e Presença, Rio de Janeiro: CEDI, n. 275, p. 22-25, 1994.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
MADURO, Otto. Mapas para a festa: reflexões latino-americanas sobre a crise e o conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1994.
OESSELMANN, Dirk Jürgen. Spiritualität und soziale Veränderung. Gütersloh:Gütersloher Verlagshaus, 1999
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* Ashbell Simonton Rédua, ST R/1 EB, Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil e vice-presidente da Aliança Protestante Nacional e membro da Comissão Nacional de Evangelização da Igreja Presbiteriana do Brasill

Homenagem: Dedicado aos Militares da Policlínica Militar de Niterói, que abundantemente me valorizou e fizeram parte de decisões importantes na minha vida.
Escrito especialmente para o site: O Militar Cristão -
http://www.militar.cristao.nom.br/

03 junho 2006

VIOLENTO LOUVOR, O QUE É ISTO?

*Rev. Ashbell Simonton Rédua
Tenho recebido alguns e-mail’s sobre “Um dia de Violento Louvor”, que acontecerá no próximo dia 06 Jun. A divulgação do evento é do Ministério Colheita Global, e este dia determinado esta relacionado com a visão da profetiza Ana Mendes, que é Fundadora da Rede de Igrejas "Nova Unção", no México.
O movimento é originário dos projetos estratégicos da Rede Internacional de Guerra Espiritual, no Centro Mundial de Oração, em Colorado Springs (EUA), dirigida pelo Dr. Peter Wagner.
Ana Méndez Ferreli é conhecida também como “uma mestre-profeta-apostólica, impressionante para alguns, não para mim. Seu livro "Os céus serão abalados" (Danprewan Editora) traz uma boa fotografia desta irmã, como parte do preparo para o seu chamado, incluindo a guerra espiritual, Ana chegou a ser sacerdotisa-vodu. Seus dois outros livros: "Assentado nas regiões celestes" e "Guerra espiritual de alto nível - A salvo de contra-ataque" (Edições Jehová-Shammah), revelam o entendimento bíblico-profético que ela tem de Deus, um pouco diferente de como nós reformados entendemos.
Segundo está publicado no site do movimento profético-apostólico o Violento Louvor é fruto da visão de Ana Méndez , que na noite de 02/06/06 "Na quinta feira Ana Méndez teve uma visão sobre o carnaval no Rio de Janeiro, que pessoas manifestavam a glória de Deus de tal forma que rei momo, pai de santo, espíritos malignos não prevaleciam com a glória manifestada. Logo em seguida eu vi um anjo do senhor na apoteose onde as escolas de samba desfilam e este anjo era mui grande e com sua mão tocava nos lugares onde as pessoas se acomodam e logo em seguida no inicio da apoteose o rio do espírito de Deus limpava aquele lugar e a luz resplandecia nas trevas e as trevas não prevaleciam contra o rio de luz da glória do Senhor que se manifestava em toda parte".

Insersão de práticas, conceições e ensinos não Bíblicos
Um dos problemas em relação ao Movimento profético-apostólico é a inserção de práticas, conceitos e ensinos nada bíblicos, tais como a Batalha Espiritual, Libertação e cura Interior, Cura da Igreja, Estratégica-Conquista da Cidade , Ministério Profético Libertação das Finanças, Intercessão, Adoração Profética, Oração profética, atos proféticos e Reconciliação. Desta base surgem outras: mapeamento espiritual, quebra de maldição.
O Movimento apostólico-profético deixa muito a desejar no que se refere ao discernimento doutrinário, pois tem sido grandemente influenciado pelos ensinos anômalos de Peter Wagner, Ana Mendes e de outros na área de batalha espiritual. Peter Wagner é professor da Escola de Missões do Seminário Fuller na Califórnia, Estados Unidos. Entretanto, seus escritos sobre guerra espiritual, como também os de Rebeca Brown, são inaceitáveis à luz da Bíblia.
Todo líder, igreja ou ministério que se abre para um vento de doutrina, um modismo doutrinário, ou uma aberração teológica, estará sempre aberto para a próxima onda, quando aquela já arrefeceu. Que Deus nos ajude a permanecermos constantes, firmes na Rocha!

Profetismo

Antes do profeta funcionar como boca, ele precisa receber revelação e "borbulhar"com os propósitos, pensamentos e sentimentos do coração de Deus. O profeta é chamado para ser um amigo de Deus Sl 25:14; Jô 15:15; Nm 12:8.
A verdadeira adoração é uma via de mão dupla, é o resultado de uma vida de busca e intimidade com Deus. Quando estamos diante do Senhor temos a oportunidade tanto de expressarmos o que sentimos por Ele quanto de ouvirmos a sua voz e conhecermos o que está em Seu coração.

Violento Louvor

Nosso dicionário pátrio a define como “qualidade de violento”. Juridicamente, é “constrangimento físico ou moral; uso da força; coação”. Violento é aquele que age com ímpeto, que faz uso da força bruta. É agitado, tumultuoso, irascível, irritadiço. É alguém que não respeita o direito e a justiça do seu próximo. Esta é a definição do dicionário. Basta observarmos nossas reações em uma situação de coação, constrangimento, agressão e violação de nossa sensibilidade pessoal!
A experiência do louvor deve ser precedida por uma experiência de reflexão e santificação, propiciada pela oração individual ou pela intercessão coletiva; isto agrada a Deus. Por isso, causa-nos estranheza o fato de, nos "violento louvor" promovidos pelos "ministério profético- apostólico" que não permanecem corporalmente quietos e não demonstram uma contrição espiritual. O Louvor cristão é elogiar a Deus. Deve partir de um coração plenamente consciente de sua condição diante do Deus supremo, perfeito e santo. Não há louvor sem humildade e consagração.
Ao olhar o cenário evangélico brasileiro hoje, nada se torna mais importante para igreja evangélica do que uma volta à Palavra de Deus. Palavra de Deus - viva, infalível, eterna - é totalmente fidedigna. É somente ela que deve nortear as decisões, que sacia a fome do coração e preenche as lacunas da alma. Ela revela quem é o Criador, quem é Satanás, exibe o plano de Deus para salvação dos perdidos e expõe os erros que vão surgindo, frutos dos pecados e das imperfeições humanas.


Isto parece coincidência, mas não é:
1. Você sabia que o gnosticismo, ensina que a intervenção de um mensageiro espiritual, portador de revelação libertadora, é indispensavel aos seguidores? ( parece-se muito com o discurso dos púlpitos hoje)
2. Que para o gnosticismo, a salvação se processa por meio de uma iluminação mistica ( gnosis, conhecimento) resultante da revelação do eterno mediada por ritos sagrados, artes mágicas, e êxtases espirituais? (como lembra os cultos neopentecostais não é mesmo?)
3. Você sabia que o principal nome do Ebionismo foi Elcasai, e que seu ensino se baseia numa revelação que ele diz ter recebido de um anjo de mais de 150 Km de altura, que era o filho de Deus , e estava acompanhado de outro anjo feminino que era o Espirito Santo. Que este ensino incluia numerologia, astrologia e dualismo, como várias igrejas hoje, empregam métodos muito parecidos?
4. Você sabia que o Movimento Chuva Serôdia na metade do século XX, tão controverso e desiquilibrado podemos cita-lo como o antecedeste do movimento da Adoração Profética e o profétismo-apostólico.
5. Você sabia que essa idéia dos "Filhos Manifestos de Deus" foi parte do Movimento da Chuva Serôdia nos anos 1940 e 1950 e certamente se tornou grande novamente nas atuais confusões carismáticas, sustentadas pela teologia e os métodos de Kenneth Hagin.
6. Sabia que esse movimento profético-apostólico é um desdobramento do Movimento Adoração Continental (Violento Louvor, Adoração Extravagante, Apaixonados por Jesus, etc).
Fique esperto!!!
Soli Deo Gloria

Fontes de pesquisa:
1. http://www.globalharvest.org/
2. http://www.profeticoapostolico.com.br
3. http://www.projetoadorar.com.br

* Rev. Simonton é pastor da Igreja Presbiteriana do Sinai, Secretário Executivo do SLF e membro da Comissão Nacional de Evangelização da IPB.


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02 junho 2006

QUANDO EU ERA ESTUDANTE DE TEOLOGIA

Impossível voltar no tempo sem visualizar o antigo prédio do Seminário Presbiteriano do Norte, ali na Madalena, bairro da cidade de Recife, mantido pela Igreja Presbiteriana do Brasil, onde me bacharelei. À entrada do portão principal vislumbrava aquele prédio construído com muito esforço e vontade dos antecessores dessa casa de profeta. Caminhando em direção a construção principal, passo pela quadra esportiva. Lugar onde travamos grandes lutas campeonato das salas, não sei porque mas sempre quem ganhava as competições era a turma do 4º ano, com isto também cheguei a ser campeão, um time bem ajustado, com sangue de campeão, duas vezes campeão, primeiro pela chegada da formatura (04/12/89), segundo pelo união da equipe em quadra. Aquela turma é inesquecível, 33 (trinta e três) pastores, bons pregadores e grandes missionários (Alfredo, Ronaldo Lindório, José Airton, Pádua, Paulo Roberto, Paulo Epifânio, Petrônio, Fábio, etc.) Lembro-me dos momentos que assistindo uma partida ou outra conversava com o Rev. Augustus Nicodemus, professor e diretor daquela casa, sobre a História e Geografia Bíblica do Antigo Testamento. Rev. Oton Dourado, professor de Homilética e História da Igreja Presbiteriana do Brasil, a Ética e Teologia Sistemática ensinada pelo Rev. Edjece Martins, meu tutor e pastor, bem como as aulas de Grego e Exegese de Romanos ensinadas pelo Rev. Francisco Leonardo (Chiguinho), o melhor na área visto por mim. A biblioteca separada da parte administrativa da Instituição. Um lance de escada nos leva ao lugar preferido daquele prédio, quadrangular, com bancos pequenos, e de cuja janela alcançamos com o olhar as salas de aula, com suas portas baixas e estreitas, dotadas de uma folha. Agora, sim, recarregada a imagem fugidia do passado, posso me recordar dessa fase tão significativa na minha vida. Cheguei ao Seminário Presbiteriano do Norte convicto de que aquele era o curso de graduação correspondente à minha vocação. Em Mantena,MG, iniciei o curso ginasial, mas era péssimo em português, Inglês e Química. Num teste vocacional, um professor informou à minha mãe que eu não poderia exercer nada que envolvesse aquelas matérias. Seria, porém, um craque em outras, como o Direito, filosofia e outros cursos das Ciências Humanas. Aceito o conselho, rumo a São João del-Rei,MG, onde cursei o científico, recebendo o chamado do Senhor para o Ministério, nesse intervir, casei e nos três primeiros anos de casamento, tivemos dois filhos, já estava no Exército, senti frustrado, mas aguardando a direção do Senhor. Eis-me aqui, em frente ao Seminário, aspirante pela Igreja Presbiteriana de Afogados, hoje Largo da Paz, analizado por aquele Conselho e encaminhado ao Presbitério de Pernambuco que sendo aprovado foi enviado ao SPN. Vencido o vestibular, estava pronto para “pagar o preço” da conquista do meu sonho, ou seja, enfrentar – se possível, com alegria – os sacrifícios representados pela pouca assistência da família e por uma rígida disciplina de vida. A opção não foi fácil. Em Recife, além de estudar, gostava de jogar futebol, tendo chegado a integrar as equipes de Futebol de Salão do Exército, chegando a 3ª lugar no campeonato da cidade, inclusive recebendo convite para ser profissional no Sete de Setembro, da 1ª divisão do campeonato Pernambucano. Uma tentação. Escolhi, entretanto, estudar Teologia. Ao abrir a porta da sala do 1º período do Seminário, a primeira providência, foi escrever na contra-capa do meu caderno: Serei Pastor. Teria, assim, dia após dia, à minha frente, a meta a ser perseguida. Dessa forma, ganhava sentido toda programação a ser realizada dali por diante. Conquistar um ideal, eu intuía, é fazer uma opção de vida. E, para fazê-la, era preciso estar consciente e confiante de que teria uma vida inteira para viver e, principalmente, de que viver é construir alguma coisa. Identifiquei logo as disciplinas mais exigidas para o curso que faria. Sem abandonar as demais, impus-me aproveitamento maior naquelas e, assim pensando, organizei um cronograma de atividades de estudo e leitura que me tomavam a semana toda: de domingo a domingo. Fui objeto de caçoada dos meus colegas, os quais diziam que eu ficaria louco de tanto estudar, que estava perdendo a vida estudando nas madrugadas de sábado, quando todos iam para as praias tão comuns na história acadêmica, como se fosse uma higiene mental. Aprendi com o Rev. Francisco Leonardo, que para descansar a mente deveria ler os livros de Nárnia, li todos os sete livros durante o seminário, alguns por mais de uma vez. Não me arrependo nem mesmo de ter submetido meu casamento às exigências de meu estudo. Deu tempo para realizar todos os meus sonhos profissionais e pessoais, sonhos esses que me ocupam e me encantam ainda hoje. Como de hábito, sem descuidar dos demais ramos do Teologia, aceitando o conselho de um velho Professor de Sociologia, amigo, o Rev. Edijece Martins do qual jamais me esqueci: “Só a especialização conduz ao sucesso”.

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