Os filhos quando crescem desejam alçar seus próprios voos, as vezes desconfiados esperando que seus pais gostem do resultado. Neste feriadão aconteceu isto aqui em casa. Tos quatro filhos que moram comigo, três sairam com um mesmo destino (retiro da igreja), mas para lugares diferentes. É a primeira vez que isto acontece, cada um dos filhos tomando seu rumo, seu destino. Hoje a tarde liguei para todos eles, e ouvi a mesma afirmação. Pai! Não consegui me relacionar com ninguém, está difícil, os grupos estão fechados e estou de fora. Imagem, três igrejas diferentes, pessoas diferentes e com o mesmo comportamento.
Compartilhando com a minha esposa esta situação, percebemos que este é um grande problema da igreja: o relacionamento entre irmãos locais. O que aconteceu com a igreja? Creio que deixamos de sermos nós mesmos. Não sei se você já observou que “depois de muitos anos escutando toda espécie de advertência, muita gente perde contato com as necessidades físicas e desejos mais profundos. De certa maneira, acabamos paralizados tentando imaginar o que os outros querem de nós. Aprendemos a agir e a nos comportar de modo a obter a aprovação alheia. Como resultado, acabamos fazendo muitas coisas que não queremos mais que agradam à maioria:
- Vamos para o culto porque temos medo de sermos abordados pelo pastor, se faltarmos.
- Casamos para agradar nossas mães.
- Procuramos um “trabalho de verdade” em vez de investir na carreira dos nossos sonhos;
- Vamos direto para a faculdade em vez de tirar uma ano de férias para conhecer a Europa com a mochila nas coisas.
Em nome de sermos razoáveis, acabamos entorpecidos e insensíveis diante dos nossos próprios desejos. Não admira que os jovens e adolescentes não saibam o que gostaria de fazer ou de ser. Existem muitas camadas de “devíamos”, “teremos que” e “seria melhor se” sufocando o que eles realmente gostariam.
Portanto, vale perguntar novamente o que aconteceu com a igreja?
Creio que na verdade nós entramos em relacionamentos regidos por comportamento padrão. Todos os grupos têm um senso de “agrupamento” que funciona em várias situações. Ainda que não escritas, essas orientações definem quem está no grupo, quais as exigências para entrada ou saída dele, como o grupo deve se relacionar e quais os comportamentos aceitáveis. O argumento é que, se essas referências existem de qualquer forma, é mais honesto e mais prático simplesmente esclarecer as expectativas em torno delas, discuti-las e então chegar a um consenso, com todos conhecendo as regras.
Vejo, muitas vezes, o problema da “exclusão” (não como disciplina), quando ninguém se sente dentro - nem fora.
Quase toda igreja tem suas panelinhas (não há problema com panelinhas, desde que não tenham tampa!). . . pessoas que encaram a igreja mais como clube do que como templo. Existem pessoas que usam a igreja para subir a escada social, para chegar ao topo da pirâmide espiritual, se isto existe ou pode existir.
A vida de Cristo em nós significa que devemos ver as pessoas como Jesus as via quando de seu ministério terreno (com órfãos e viúvas, 1.26). Será que eu vejo assim as pessoas?
A fé verdadeira não julga pessoas pela cor de sua pele, pela roupa de grife ou não, pelo país de origem, pelo carro que dirige, pelo status social, pelos graus e cursos, pelo dinheiro e casa que tem, pelo bairro onde mora. A fé verdadeira olha para todas as pessoas como candidatos para serem nosso próximo-alvo do nosso amor e do amor de Jesus.
Quando só conversamos com nosso grupo de amigos depois do culto. Quando só convidamos para nosso grupo pequeno, pessoas que têm o mesmo padrão social que o nosso. Quando olhamos para pessoas com desprezo, sem saber nada sobre elas, suas circunstâncias, suas dificuldades. Quando criamos uma igreja homogênea, ou seja, em que desejamos que todas as pessoas sejam como nós, da nossa classe social, econômica, intelectual, etc, então perceberemos que essa não é a igreja de Jesus, a família de Deus.
Precisamos de todos os irmãos.
Pense: “Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos.” Salmos 119:63
Ore: Senhor! Ajuda-me a ter um relacionamento sadio, alegre, fiel e humano com Teus filhos. Ajuda-me a juntar e não espalhar os teus filhos. Em nome de Jesus. Amém!
Com carinho!
Rev. Ashbell Simonton Rédua
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