23 fevereiro 2008

Cada Instante, 6ª feira, 15.02.2008

O VALOR DE UMA PESSOA

Medite: E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o SENHOR deles e vosso está no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas.” Efésios 6:9

“Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus.” Colossenses 3:22

Hoje levantei muito cedo, estou indo à São Paulo, é dia da primeira Reunião deste ano da Junta de Educação Teológica da nossa Igreja. Muitos documentos importantes a serem avaliados e decididos. Contudo neste trajeto da ponte área Rio-SP medito no valor de uma pessoa. Como saber o valor de uma pessoa? Pergunta interessante e que muitas vezes passa despercebido.


Aprendi com meu pai que o valor de alguém é medido pela forma como tratamos as pessoas.

Vivemos num mundo de consumo e mercadorias. Os bens de produção são manufaturados exageradamente, a saúde passa a ser negociada, a educação deixa de ser dever do Estado, a moradia é fantasiada pela opressão, e, por conseguinte, o trabalho passa a ter valor desonesto e resultado injusto. A situação fica ainda mais agressiva à medida que a própria pessoa torna-se produto cotado, lucrado e vendido pelo neoliberalismo.

No coração de todas as pessoas há o sonho, principalmente o sonho de ser liberto da pobreza, de possuir emprego que o valorize como pessoa e não como mercadoria, de trabalhar em condições dignas e de desenvolver-se socialmente e intelectualmente. Não podemos falar só de desenvolvimento econômico, mas, sobretudo, de desenvolvimento integral, capaz de abranger todas as dimensões do humano, a saber: alma (mente e espírito) e corpo (dicotomia teológica). No entanto, são muitas as situações que coisificam a pessoa, fazendo com que ela se torne alienada e comerciável.

Para tal, não faltam os fatalistas pós-modernos que almejam justificar por meio de estatísticas e até mesmo biblicamente a diferença social. A riqueza passa a ser interpretada como fruto da bênção prosperante (teologia da prosperidade) de Deus. Assim sendo, não ter o que comer, onde morar ou o que vestir é sinal da maldição divina.

Na mesma direção aparecem outros que têm discursos superficiais, colocam o problema da pobreza no êxodo rural e na rápida urbanização das cidades em metrópoles. É problema da densidade demográfica. Mas a solução para que o valor do homem e da mulher seja resgatado não está no controle da natalidade e nem no aborto. Não se trata de promulgar uma lei da homofobia. Não se trata de “cotificar a entrada de afros nas universidades e faculdades. Não se trata de matar vidas para salvar outras, mas de assumir histórias para promover pessoas. É opção existencial que se apresenta diante de nós: ou assumimos a comunidade fundamentada no valor da pessoa e no amor incondicional, ou escolhamos a sociedade maravilhada pelo êxito e pelo lucro à custa da morte de muitos. Vivemos entre a lei do amor e a da selva! Não sejamos como os Pilatos ou os Césares da história, prontos para lavar as mãos dizendo não ter nada a ver com isso.

Creio que precisamos assumir postura de testemunhas fidedignas do Evangelho. Não podemos nos omitir frente à globalização transnacional, marcada pela injustiça no trabalho, em nível salarial e de direito. Não é lícito continuar assistindo “as pequenas empresas e os grandes negócios” em que até mesmo os funcionários são escolhidos graças às suas características físicas e não pelo monitoramento positivo na liderança ou por capacidade diretivo-intelectual. Aos patrões, chefes e empresários, cabe readquirir o valor dos seus trabalhadores na distribuição de salário que lhes conceda condições dignas de vida, para que ela se torne verdadeiramente humana! Que as situações cruéis de miséria, a opulência do sistema, o esplendor da riqueza em nossa consciência não nos façam réus perpétuos quando estivermos no tribunal de Deus, sendo valorizados pelo mais pobre dos pobres: Jesus Cristo, o nosso Advgado, o meu Paracleto!

Não sei se você já percebeu o valor das pessoas, elas são mais valorosas do que qualquer coisa. As pessoas que você encontra na vida representam algo de grande importância embora você nunca percebeu isto.

Valorize as pessoas! Elas tem valor.

Pense: “As pessoas foram feitas para serem amadas e as coisas para serem usadas, portanto use as coisas e ame as pessoas!” Jaime Kempes

Ore: Senhor! Ajuda-me a amar o meu semelhante conforme e amo e conforme me amo. Em nome de Jesus. Amém.

Com carinho!
Rev. Ashbell Simonton Rédua
asredua@yahoo.com.br

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