03 maio 2006

A GREVE DE FOME DE ANTONNY GAROTINHO E A IGREJA

Desobediência civil, greves, protestos e manifestações têm-se tornado práticas cada vez mais aceitas no cotidiano. Seria esse o modo de conseguir algum resultado?
O jejum ajuda-nos a manter o nosso equilíbrio na vida. Quão facilmente começamos a permitir que coisas não essenciais adquiram precedência em nossas vidas.
Acontece que jejum é um exercício espiritual e que a greve de fome é um gesto destinado a despertar o povo, um exercício social. É quase a única maneira que um povo tem de mostrar a sua presença e de pressionar os poderosos. Todos os canais institucionais estão fechados. Para lembrar a sua existência aos poderosos os pobres precisam de sinais fortes. Sem esses sinais o medo é sempre mais forte.
A greve de fome é o último recurso quando não há mais recursos. Quem faz a greve de fome não tira a sua vida, mas pressiona os poderes; cria um risco, mas esse risco existe em outras situações humanas.
Não se aplica o princípio de que o fim não justifica os meios. O meio não é a morte como se a morte fosse o meio de conquistar o fim. O meio é a pressão moral que exerce aquele que faz a greve de fome. Essa pressão moral é um risco.
Como conciliar essas posição de Antonny Garotinho com os princípios Bíblicos e com a ética Evangélica Brasileira?
A ação de uma pessoa inserida num contexto de luta é capaz, apesar da situação politicamente desvantajosa, de alterar este contexto.
A atitude cristã de oferecer a vida em nome da vida, praticada pelo Pré-presidencialista Garotinho na greve de fome, contrária inclusive os preceitos cristãos, enfraquecendo o princípio ético-político.
A divisão entre os seus correligionários e amigos contra e a favor da greve, expressando a divisão entre os propósitos do candidato e o seu próprio partido político.
Igreja Evangélica Brasileira tornou-se, mais uma vez, a teia de relações da sociedade civil por onde se recompôs a política.
Temos de pensar nisto: o Brasil ainda é um país cristão e nossa democracia é formal.
De fato, a batalha pela opinião pública começou agora: a política, desde que não restrita à sua esfera institucionalizada, "é como água, sempre haverá de encontrar caminho para escoar".

2 comentários:

Anônimo disse...

E muito importante esclarecer que greve de fome não e um jejum
pois no meu parecer a greve de fome ela e propriamente imposta devido as circustancia do momento eo jejum o fizemos por livre e expontanea vontade com o objetivo de principal de santificação

Ashbell Simonton Rédua disse...

Oi Dirceu!
Também penso assim. A propósito creio que o Garotinho tem sido vítima da imprensa e de alguns partidos políticos, mas como crente que ele é, e creio nisso, essa não seria a forma correta de lidar com a situação, mas de joelhos buscando o Sennhor.
Simonton