24 maio 2006

NOSSA EVANGELIZAÇÃO É UMA MÁ DISTRIBUIÇÃO DE IGREJAS

Má distribuição de igrejas, será que existe isto? Temos conhecimento da má distribuição de renda, má distribuição de terras, mas má distribuição de igrejas, será isto possível no contexto evangélico brasileiro?
No Brasil, com destaque para o interesse na unidade da igreja, vivemos num tempo de muito conflito, e um das mais importantes questões que a igreja enfrenta, diz respeito à evangelização e o proselitismo e a diferença entre ambos. Alguns tem dito que não há diferença entre ambos. Se as pessoas falam a respeito da necessidade de evangelização, eles encontram a resposta: "A Igreja Protestante não promove conversões”, como se evangelização e proselitismo fossem a mesma coisa.
Ao redor da Igreja Presbiteriana do Sinai, num raio de 1 Km existe mais de dez igrejas, a poucos metros (200) abriu uma nova Igreja, a 50 metros tem uma Igreja Maranata. Fazer o trabalho da evangelização no bairro da Riodades (Fonseca) praticamente virou proselitismo. 80% dos novos membros são oriundos de outras denominações evangélicas.
A diferença entre evangelização e proselitismo não é a mesma que a diferença entre missão centrífuga e centrípeta, embora essa talvez possa ser uma pista para tal.
Evangelização, dentro do uso do termo (em inglês), significa dizer ou espalhar a Boa-nova. Os quatro Evangelhos falam das boas novas sobre Jesus Cristo. Quando nós, como cristãos, dizemos aos outros o que Deus fez em Jesus Cristo, nós estamos evangelizando.
Proselitismo, de outro lado, significa "trazer pessoas para dentro", fazendo-as mudar suas convicções, seu partido, suas opiniões ou sua religião. No proselitismo há uma forte tendência de dizer às pessoas o quão ruim ou erradas são suas igrejas atuais. Dizer às pessoas que suas igrejas são más ou erradas não parece ser "Boa-nova". Se nós evangelizamos, não estamos dizendo "nossa igreja é melhor que a sua igreja". Não estamos nos colocando como seres moralmente ou espiritualmente superiores, e tentando conquistar pessoas para deixar sua igreja juntando-se a nós, de forma que se sintam tão superiores como nós. Quando evangelizamos, dizemos, de fato, que Deus fez grandes coisas. Alguém descreveu uma vez a evangelização como "um mendigo dizendo a outro mendigo aonde conseguir pão". Para um mendigo faminto, esta é uma "boa-nova". E um mendigo transmitindo a outro mendigo tais "boas notícias" não pode se sentir vangloriado ou superior por este motivo.
A diferença é importante e acredito que é uma das mais sérias questões que os estudiosos de missiologia da Igreja Evangélica Brasileira enfrentam nos dias de hoje. Se não enfrentamos, nós, cristãos, podemos nos deparar fazendo críticas às ações que nós próprios praticamos, e condenando o que, em certos lugares e situações, relevamos e perdoamos.
Devemos plantar igrejas onde o evangelho ainda não chegou.
Soli Deo Glória
Rev. Simonton

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