17 maio 2006

ATOS DE VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO

O Antigo espectro do Leviatã, parasitando o mundo da vida da sociedade, totalizando-a de cima para baixo, é cada vez mais desgastado por duas vertentes. De um lado, existem as novas comunidades étnicas emergentes. Embora algumas sejam formalmente constituídas como poder soberanos, elas já não são propriamente Estados, uma vez que não cortaram o cordão umbilical entre o Estado e a comunidade étnica, Paradigmático, nesse aspecto é o caso de São Paulo, onde as máfias locais já funcionam como uma espécie de estrutura paralela de poder.
Em virtude desse caráter inseparável dos dois pólos evitar a armadilha liberal-democrata de uma concentração exclusiva nos fatos horripilantes nos potenciais ainda mais pavorosos do que está hoje acontecendo em São Paulo. Para combater eficazmente essas novas formas de populismo organicista, devemos como que voltar o olhar crítico para nós mesmos e submeter ao exame crítico o próprio universo liberal-democrata.
É claro que a responsabilidade pela questão da segurança no país não se restringe aos governos estaduais, cabendo ao governo federal uma parcela significativa na questão
Os atos de violência em São Paulo trouxeram de volta a discussão sobre a segurança pública.. De uma maneira geral, predomina a defesa do aumento do rigor na aplicação das penas e a reformulação de todo o sistema penitenciário. Nada mais correto. São medidas urgentes e imprescindíveis. Mas ao lado do debate específico sobre segurança pública deveria ocorrer uma discussão mais ampla sobre as raízes da criminalidade no Brasil, e como extirpá-las.
A par disso, quando a organização interna das facções criminosas começou a prosperar, a Administração Penitenciária, por ocasião das rebeliões que se foram tornando freqüentes, adotou a equívoca conduta de negociar quase a qualquer preço, firmando posição apenas no tocante a não transigir com fugas impostas mediante tomada de reféns. Os líderes dessas facções embrionárias logo se aperceberam da tática correta a adotar, em vista da disposição permanente em negociar: a obtenção de transferências planejadas, a fim de disseminar lideranças por todas as unidades do sistema prisional paulista. De fato, foram muito bem sucedidos nesse propósito, o que fica demonstrado pela notável articulação do movimento maciço a que se refere a pergunta.
As lamentáveis condições de vida em nossas prisões, não são segredo para ninguém. O sistema carcerário brasileiro não tem cumprido seu principal objetivo, que é reintegrar o condenado ao convívio social, de modo que não volte a delinqüir. A origem etimológica da palavra "pena", significa castigo, suplício, mas isso não significa que os infratores devam ser desumanamente supliciados. O propósito da pena privativa de liberdade é recuperar o infrator e não torná-lo pior, sobretudo, se constatarmos que ela é uma evolução em relação ao sistema antigo de execução penal, que punia com o açoite, a mutilação e a própria morte. A situação é muito complexa, ali juntou-se os ingredientes que produzem a violência de hoje, se não vejamos: exclusão social, desemprego, ausência do Estado no combate a corrupção, venda de drogas, contrabando de armas, participação de policiais na cooperação com a criminalidade. Embora o quadro seja desanimador, é possível, melhorar com uma ação estratégica da Igreja, tanto na implantação delas, como ações de desarmamento por parte da Igreja.
Quando vemos isso, temos que nos posicionar. Há alguns posicionamentos para esta situação. O primeiro deles é que em cada igreja, em cada congregação, em cada casa, seja separado um momento de oração, e que este seja sistemático e não esporádico, pedindo paz para a cidade, rejeitando totalmente o espírito de violência que assola a nação.
Nos cultos de oração e nos cultos principais, precisamos interceder pela paz. Paz esta que começa dentro da nossa própria casa. quando esta violência, como a que estamos vendo em alguns estados da nação, fica fora de controle é importante que haja arrependimento e pedido de perdão pela Igreja, pelos atos de injustiça da nação – a injustiça em qualquer nível leva à violência, salientando que não se preocupar com o próximo é um ato de injustiça – pedindo misericórdia do Senhor, pensando em nós e em nossos filhos. Vamos buscar ao Deus da paz, pela nossa casa, pela nossa rua, pelo nosso bairro, pela nossa cidade, pela nossa nação, pelas autoridades do nosso País, para que sobre eles venha sabedoria vinda do Senhor, lembrando que a oração do justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16).
Acredito numa transformação social do país, a partir do crescimento dos evangélicos comprometidos com Deus e com o povo desenvolvendo a Pregação da Palavra de Deus com veículo de transformação do homem e a ação social e uma vida piedosa de oração.
Soli Deo Glória
Rev. Simonton

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