* Ashbell Simonton Rédua
Nestes dias temos sido impactados com a divulgação arqueológica de um outro evangelho: O Evangelho Segundo Judas. A "National Geographic" anunciou sua intenção de publicar uma tradução em vários idiomas de um antigo texto chamado "O Evangelho de Judas", no final deste mês. O manuscrito de 31 páginas, escrito em copta, encontrado em Genebra em 1983, não aparece até agora traduzido nas línguas modernas (Cockburn, 2006). Segunto a National Geographi Society “Esta é uma revelação que com certeza vai suscitar discussões acaloradas: De acordo com um texto antigo recém-descoberto, o chamado “Evangelho de Judas”, o discípulo conhecido por ter traído Jesus pode ter sido o servo mais fiel do Cristo e ter aceitado a desgraça perpétua por levá-lo à morte – devido a um pedido do próprio Salvador. Examine a mística do pensamento gnóstico do início da era cristã, expresso em palavras escritas em um papiro encadernado em couro e atribuídas ao próprio Jesus. Ouça as interpretações de quatro estudiosos da Bíblia. Acompanhe o trajeto deste documento frágil, de sua descoberta no Egito a sua tradução, culminando na apresentação ao mundo.”[1] (Cockburn, 2006).
Acredita-se que este manuscrito, encadernado em couro, tenha sido copiado por volta do ano 300 d.C., foi descoberto na década de 1970, no deserto egípcio de El Minya.
O correspondente da Folha em Washington France Presse afirma que “Ao contrário da versão dos quatro Evangelhos oficiais, o texto em questão indica que Judas era um iniciado que traiu Jesus a pedido dele próprio, e para a redenção da Humanidade. A principal passagem do documento é atribuída a Jesus, que diz a Judas: "Tu superarás todos eles. Tu sacrificarás o homem que me cobriu." Segundo exegetas, a frase significa que Judas ajudará a libertar o espírito de Jesus de seu invólucro carnal.”[2] (Presse, 2006).
Ainda que a pessoa do Apóstolo Judas Iscariotas possa carregar sobre o estigma da traição do Senhor Jesus Cristo, por algumas moedas, a Bíblia não exita em descrever o caráter desse seguir do Mestre. No início, Judas seguia Jesus com retidão. Era possuido ambições humanas alheias à missão de Cristo e interesses pessoais mesquinhos, mas estavam num segundo plano; o que importava acima de tudo era colaborar com o Senhor. No entanto, com o passar do tempo, essa situação foi-se invertendo: as ambições pessoais de Judas, não devidamente subjugadas à medida que foram pouco a pouco ganhando terreno até que, em dado momento, o Apóstolo percebeu com nitidez que a proposta de Jesus não se coadunava em absoluto com elas. Então, em lugar de retificá-las, preferiu mantê-las e colocá-las em primeiro lugar na sua vida. A partir daí foi-se desenvolvendo em sua alma um processo de infecção generalizada pelo câncer de um tremendo egoísmo. Seu coração foi-se endurecendo e distanciando aceleradamente de Cristo. A sua consciência foi-se embotando. Perdida a confiança em Jesus, passou a olhá-lo com olhos cada vez mais críticos, até chegar, após sucessivas decepções, a odiar Aquele a quem tanto admirara. Finalmente veio a traição vil.
Segundo o texto da A revista National Geographic , Judas não foi o traidor que vendeu Jesus por 30 moedas de prata, mas um discípulo privilegiado, encarregado da missão mais difícil: sacrificá-lo para ajudar a sua essência divina a escapar da prisão do corpo e subir ao céu.
“Para Igreja russa, Evangelho de Judas não afeta a doutrina cristã”[3], afirmou o Patriarcado ortodoxo de Moscou, o padre Mikhail Dudkó. "Não podemos imaginar que a descoberta de um texto atribuído a um personagem do início do cristianismo ou mesmo de um dos discípulos de Cristo mude a composição da Sagrada Escritura"[4]
Esta descoberta é tão importante para a Igreja Cristã, porque derruba o mito de uma religião monolítica, e mostra o quão diverso e fascinante era o cristianismo primitivo. Recorde que o gnosticismo surgiu em meados do século II, e o "Evangelho de Judas", se autêntico, provavelmente remonta ao final do século II. O texto poderia não ter sido escrito por uma testemunha presencial, como ao contrário o são ao menos dois dos evangelhos canônicos. Segundo a National Geograph Society “ Testes com cinco amostras separadas do papiro e da sua encadernação de couro datam o códice entre 220 e 340 d.C.”[5]
A Igreja definiu o cânon das Escrituras Sagradas desde o ano 200 com o Cânon de Muratori e outros concílios como o de Cartago III e IV. Os apócrifos foram excluídos da Bíblia por serem fantasiosos sobre a pessoa de Jesus e outros personagens bíblicos, ou por possuírem heresias, especialmente os evangelhos gnósticos. Esses foram encontrados numa caverna da cidade egípcia de Nag Hammadi, em 1945. Alguns levam os nomes dos Apóstolos e outros personagens bíblicos, mas não foram escritos por eles.
Levando em conta a sua autenticidade ou não, isto não terá implicações na canonicidade das Escrituras Sagradas. O fato de existir um outro evangelho, como foi afirmado a alguns anos atrás da existência do 5ª Evangelho (Evangelho de Tomé), não podemos estranhar o fato de existir outro evangelho.
Acredita-se que este manuscrito, encadernado em couro, tenha sido copiado por volta do ano 300 d.C., foi descoberto na década de 1970, no deserto egípcio de El Minya.
O correspondente da Folha em Washington France Presse afirma que “Ao contrário da versão dos quatro Evangelhos oficiais, o texto em questão indica que Judas era um iniciado que traiu Jesus a pedido dele próprio, e para a redenção da Humanidade. A principal passagem do documento é atribuída a Jesus, que diz a Judas: "Tu superarás todos eles. Tu sacrificarás o homem que me cobriu." Segundo exegetas, a frase significa que Judas ajudará a libertar o espírito de Jesus de seu invólucro carnal.”[2] (Presse, 2006).
Ainda que a pessoa do Apóstolo Judas Iscariotas possa carregar sobre o estigma da traição do Senhor Jesus Cristo, por algumas moedas, a Bíblia não exita em descrever o caráter desse seguir do Mestre. No início, Judas seguia Jesus com retidão. Era possuido ambições humanas alheias à missão de Cristo e interesses pessoais mesquinhos, mas estavam num segundo plano; o que importava acima de tudo era colaborar com o Senhor. No entanto, com o passar do tempo, essa situação foi-se invertendo: as ambições pessoais de Judas, não devidamente subjugadas à medida que foram pouco a pouco ganhando terreno até que, em dado momento, o Apóstolo percebeu com nitidez que a proposta de Jesus não se coadunava em absoluto com elas. Então, em lugar de retificá-las, preferiu mantê-las e colocá-las em primeiro lugar na sua vida. A partir daí foi-se desenvolvendo em sua alma um processo de infecção generalizada pelo câncer de um tremendo egoísmo. Seu coração foi-se endurecendo e distanciando aceleradamente de Cristo. A sua consciência foi-se embotando. Perdida a confiança em Jesus, passou a olhá-lo com olhos cada vez mais críticos, até chegar, após sucessivas decepções, a odiar Aquele a quem tanto admirara. Finalmente veio a traição vil.
Segundo o texto da A revista National Geographic , Judas não foi o traidor que vendeu Jesus por 30 moedas de prata, mas um discípulo privilegiado, encarregado da missão mais difícil: sacrificá-lo para ajudar a sua essência divina a escapar da prisão do corpo e subir ao céu.
“Para Igreja russa, Evangelho de Judas não afeta a doutrina cristã”[3], afirmou o Patriarcado ortodoxo de Moscou, o padre Mikhail Dudkó. "Não podemos imaginar que a descoberta de um texto atribuído a um personagem do início do cristianismo ou mesmo de um dos discípulos de Cristo mude a composição da Sagrada Escritura"[4]
Esta descoberta é tão importante para a Igreja Cristã, porque derruba o mito de uma religião monolítica, e mostra o quão diverso e fascinante era o cristianismo primitivo. Recorde que o gnosticismo surgiu em meados do século II, e o "Evangelho de Judas", se autêntico, provavelmente remonta ao final do século II. O texto poderia não ter sido escrito por uma testemunha presencial, como ao contrário o são ao menos dois dos evangelhos canônicos. Segundo a National Geograph Society “ Testes com cinco amostras separadas do papiro e da sua encadernação de couro datam o códice entre 220 e 340 d.C.”[5]
A Igreja definiu o cânon das Escrituras Sagradas desde o ano 200 com o Cânon de Muratori e outros concílios como o de Cartago III e IV. Os apócrifos foram excluídos da Bíblia por serem fantasiosos sobre a pessoa de Jesus e outros personagens bíblicos, ou por possuírem heresias, especialmente os evangelhos gnósticos. Esses foram encontrados numa caverna da cidade egípcia de Nag Hammadi, em 1945. Alguns levam os nomes dos Apóstolos e outros personagens bíblicos, mas não foram escritos por eles.
Levando em conta a sua autenticidade ou não, isto não terá implicações na canonicidade das Escrituras Sagradas. O fato de existir um outro evangelho, como foi afirmado a alguns anos atrás da existência do 5ª Evangelho (Evangelho de Tomé), não podemos estranhar o fato de existir outro evangelho.
http://nationalgeographic.abril.com.br/ngbonline/evangelho/index.shtml)
[2] Presse, France, Evangelho Segundo Judas" é apresentado ao público. Folha on line,
[2] Presse, France, Evangelho Segundo Judas" é apresentado ao público. Folha on line,
06/04/2006 - 18h54, http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u59432.shtml
[3] Dudkó, Mikhail. Para Igressa russa, Evangelho de Judas não afeta a doutrina cristã.
[3] Dudkó, Mikhail. Para Igressa russa, Evangelho de Judas não afeta a doutrina cristã.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI953540-EI295,00.html. 7 de abril de 2006, 13h52.
[4] Dudkó. Op. Cit. http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI953540-EI295,00.html.
[4] Dudkó. Op. Cit. http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI953540-EI295,00.html.
* Rev. Ashbell Simonton Rédua é Pastor da Igreja presbiteriana do Sinai e Membro da Comissão Nacional de Evangelização da IPB
Um comentário:
Hmm I love the idea behind this website, very unique.
»
Postar um comentário