24 agosto 2006

MODELO ECLESIÁSTICO E A IDENTIDADE REFORMADA

Rev. Ashbell Simonton Rédua
asredua@yahoo.com.br
Em vista da secularização crescente, números decrescentes de membros das Igrejas, enfraquecendo-as em geral, pergunta-se hoje qual o modelo para o crescimento da Igreja. Nisso, na discussão presente sobre a vida evangelística e missionária da Igreja, se mostra que imaginações e modelos diferentes de missão a acessos e centros de gravidade diferentes ao entendimento do agir evangelístico e missionário da Igreja.
Ao mesmo tempo, as igrejas se reencontram em virtude da globalização em vizinhanças inter-religiosas e interculturais. Não só no trabalho pelo mundo inteiro, mas também no lugar, o encontro com outras religiões aumenta, colocando os membros das igrejas cristãs diante de desafios práticos e teológicos a respeito da sua convivência com os que crêem diferentemente no pluralismo religioso crescente das sociedades contemporâneas.

A primeira questão com a qual deparamos ao abordar este tema é a de definir exatamente sobre o que estamos falando. O nosso assunto gira em torno da compreensão da identidade reformada. Limitando o nosso tema aos modelos que temos algumas igrejas locais vem utilizando dentro da IPB. E creio que esse é o nosso problema, quando falamos de Identidade Reformada ou Identidade Presbiteriana.

Quando não sei quem eu sou, também não sei para onde vou. Se eu não conheço a identidade Presbiteriana (reformada), também não sei como conduzir a igreja nesta perspectiva. Talvez caberia perguntar aqui nesse momento: qual o seu modelo de pregadores? Apóstolo Paulo, Agostinho, Calvino, Zuinglio, Baxter, John Owen, Jonathan Edwards, Billy Graham, Ashbell Green Simonton, José Manoel da Conceição, Kelly, Hernandes Dias Lopes, etc. Isto porque o modelo definirá a minha identidade no púlpito na Igreja.

Se temos consciência da nossa identidade reformada, também temos o sinal que nos indica o caminho para onde estamos indo, e por isso não temos necessidade de inventar moda, não temos necessidade de copiar modelos eclesiológicos, teológicos e pastoral. Se eu tenho consciência da minha fé reformada não preciso copiar modelos de:
- G12
- Igreja com propósito
- Igreja de Células
- Igreja em Células
- Carimatismo, pentecostalização e neo-pentecostalização
- Semi-pelagianismo
- e nem o Pragmatismo.

Temos que estar atentos para uma única coisa: Não aplicar em nossas Igrejas nenhum modelo pronto. Não podemos pegar pacotes prontos e colocar em nossas Igrejas. Porque um modelo estratégico de trabalho não vai dar certo na sua igreja, isto porque um modelo precisa de uma experiência. Aquele modelo é experiência daquele pastor. O modelo em células é um simples modelo de crescimento, o próprio Rick Warren trabalha com células e, para termos nossa experiência e nossos modelos é necessário “o joelho no chão”, pedir ao Pai, que Ele dará a estratégia ideal para a nossa igreja local, contudo não podemos desviarmos dos princípios da identidade reformada. O Prof. Dr. Rev. Alderi Matos escrevendo sobre Jonathan Edwards afirma: “Seu critério básico para definir a questão é o mesmo que deve ser observado pela igreja contemporânea: verificar até que ponto Deus ocupa o lugar central da vida, do culto, das práticas e do testemunho. Além de advertir contra o mero emocionalismo, que excita as emoções mas não produz transformações duradouras, Edwards também combate o erro de se dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas a Deus, algo tão comum nos nossos dias com toda a celebração do eu, a empolgação religiosa e os testemunhos auto-congratulatórios. Em última análise, o que determina se a conversão e a vida espiritual são genuínas ou não, são os seus frutos visíveis: convicção de pecado, seriedade nas coisas espirituais, preocupação com a glória de Deus, apego às Escrituras, mudança no comportamento ético, relações pessoais transformadas e influência regeneradora na comunidade (Fides Reformata III/1, 86).”[1]

A construção do nosso modelo pede que a participação nasça no interior das igrejas locais subindo aos concílios superiores da igreja. Tal modelo não contradiz o modelo anterior no seu elemento fundamental. Pois os modelos que se recebem no interior do Povo de Deus não são conferidos pela vontade popular, mas pela graça de Deus. Modelos se escolhem e se constroem. Trabalho lento e difícil que não se faz sem tensões e até conflitos. A confiança está depositada na força do Espírito e no espírito de responsabilidade de fiéis e membros que conheçam a identidade reformada da Igreja. Só uma obra conjunta, na força do Espírito Santo, é capaz de construir o modelo para o Povo de Deus, cuja base última é a Palavra de Deus.
Soli Deo Gloria


* Rev. Ashbell Simonton Rédua é pastor da Igreja Presbiteriana do Sinai em Niterói-RJ.
** Contatos: asredua@yahoo.com.br ou asredua@oi.com.br


[1] Mattos, Alderi de Souza. Aspectos Essenciais da Identidade Reformada. http://www.thirdmill.org/files/portuguese/61825~11_1_01_9-39-35_AM~ASPECTOS_ESSENCIAIS_DA_IDENTIDADE_REFORMADA.html, acessado em 24.08.2006

19 agosto 2006

CONSAGRAÇÃO E EVANGELIZAÇÃO

*Rev. Ashbell Simonton Rédua

Atrair o homem para Cristo é um dos grandes desafios da CNHP no quadriênio de 2006-2010.
Mas se os homens se lançam à procura da felicidade ilusória que a sociedade moderna tão facilmente lhes oferece, como fazê-los aderir a um Igreja Reformada com as exigências e os sacrifícios que lhe são inerentes?
Tentar esconder a Doutrina da Graça de Cristo, julgando assim poder ganhar a simpatia do homem contemporâneo é ilusão que só poderá produzir esterilidade no processo evangelístico.
A resposta a este problema crucial para quem se dedica à evangelização, em nossos dias, a encontramos no princípio: “Se Cristo lhes for apresentado com o seu verdadeiro rosto, os homens reconhecem-No como resposta convincente e conseguem acolher a sua mensagem, mesmo se exigente e marcada pela Cruz” .
Descortinar a verdade em toda a sua totalidade deslumbrante é o segredo de uma autêntica evangelização, método que os Homens Presbiterianos seguem na evangelização individual, no lar, na família e em todos os setores da atividade humana.
Mas, surge então a dificuldade: como chegar até aos que não freqüentam a Igreja? A resposta é lapidarmente simples: indo até junto deles. É esse o papel do evangelizador.
Consagração e Evangelização, tema este proposto para 2006, assim parto do pressuposto de que a Evangelização é conseqüência da consagração. A presença de crentes consagrados no país preserva das trevas, da escuridão, da ignorância, pois os crentes consagrados são a luzes do mundo e o brilho dessa luz não pode ser escondido (Mateus 5.14-15).
A presença de cristãos consagrados no país manifesta a glória de Deus através das obras que são fruto da fé (Mateus 5.16)
Portanto, a evangelização genuína do Brasil é a resposta para a crise política e moral que ele vive no momento. Se o país está se apodrecendo na corrupção, é porque falta sal; se está perdido e desorientado, é porque falta luz!
Consagrar é oferecer a Deus aquilo que temos de mais valioso: nossa vida!
Somos chamados para sermos separados para Deus, consagrados a Ele, pois, somos Dele. Para que a evangelização flua na sua vida, tem que haver consagração da sua parte. Se desejarmos ser usados por Deus na evangelização do Brasil, temos de estar dentro de Seu padrão, ou seja, vivendo de acordo com a Sua Palavra. Deus conta com você para a realização da obra evangelística do Brasil! Ele deseja te usar!
Do mesmo modo, a nossa consagração perde o sentido se não estiver baseada no amor ao Senhor e no prazer de andar em sua presença. Sem essa motivação, a evangelização torna-se simplesmente um ato religioso ou legalista.
Ser consagrado ao Senhor é mais que rejeitar o pecado ou a carne. Ser consagrado ao Senhor é rejeitar tudo o que estiver impregnado pela morte.
Logo, a consagração é uma das condições para sermos usados por Deus na obra de evangelização. Não me refiro àquela consagração religiosa ou legalista, mas àquela que vem de um coração que deseja a presença de Deus.
Quando evangelizamos sem consagração as conseqüências são imediatas:
- Perdemos o poder para vencer o pecado e subjugar o inimigo
- Perdemos a liberdade conquistada em Cristo. Por causa do pecado muitos que outrora foram libertos vivem agora debaixo das cadeias do diabo;
- Perdemos a visão, o discernimento e a sensibilidade espiritual;
- Perdemos a direção espiritual. Por causa das cadeias espirituais que nos prendem passamos a andar em círculos;
Devemos entender que Os seguidores do Senhor Jesus Cristo têm a obrigatoriedade de mostrar-se diferente na sociedade, não compartilhando dos mesmos prazeres e satisfações comuns àqueles que desconhecem o amor do Redentor. Ele é chamado para ser exemplo e padrão de conduta, demonstrando através de suas ações que é regido pelo Espírito de Deus. Responsabilidade, integridade e dignidade são qualidades inerentes aos que vivenciam o senhorio de Cristo.
Como parte prática da consagração o empregado no desempenho de suas funções profissionais jamais pode afastar-se da direção do Espírito Santo, que o faz ser uma pessoa digna no cumprimento de suas funções e delegações. O Patrão precisa ser visto como um instrumento de bênção, levantado por Deus para proporcionar meio, através dos quais os compromissos sociais são honrados.
A Consagração a Deus deve ser total, incluindo: a vida, a família, bens, emprego, tudo! Afinal o servo é simplesmente um mordomo que administra os recursos que foram proporcionados. Consagre o teu emprego ao Senhor, mesmo que seja simples e pouco remunerado (faça sempre o melhor!). Ore diariamente, suplicando bênçãos ao teu empregador (chefes e encarregados).
O Homem Presbiteriano deve entender que ao consagrar sua vida ao Senhor, estará também capacitado a evangelizar, testemunhando daquilo que tem recebido de Deus; se cada conselho de igreja se empenhar na consagração; e se cada família preocupar-se ativamente com a salvação de seus parentes, amigos e vizinhos, cumpriremos o alvo proposto pela CNHP para 2006: Consagrando e Evangelizando. A sinceridade na apresentação desse tema implica na consagração integral do coração e da vida de quem deseja evangelizar o Brasil.

*Rev. Ashbell Simonton Rédua é pastor da Igreja Presbiteriana do Sinai, em Niterói-RJ
**Artigo especialmente para a Revista “Proposta”, da CNHP, 4º Trimestre de 2006.

11 agosto 2006

147 ANOS DE PRESBITERIANISMO NO BRASIL

*Rev. Ashbell Simonton Rédua
Estamos comemorando no dia 12 de agosto 147 anos de implantação do presbiterianismo no Brasil, como resultado do trabalho pioneiro do Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867).
O Rev. Simonton nasceu em West Hanover, no Estado da Pensilvânia, seus primeiros estudos fora no Colégio de Nova Jersey com o pensamento norteado para o magistério (professor) e a magistratura (advogado). Influenciado pelo reavivamento de 1855, reposicionou o seu pensamento fezendo a sua pública profissão de fé e, mais tarde, ingressou no Seminário de Princeton, objetivando o Ministério da Palavra. Despertado para o trabalho missionário transcultural, após ouvir um sermão de seu professor, Rev. Charles Hodge, professor e teólogo, Candidatou-se ao trabalho missionário, perante a Junta de Missões da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, em princípio com o desejo de ser missionário na Colômbia, mais tarde aceitou o desafio citando o Brasil como campo de sua preferência.
A data de 12 agosto, tornou-se a data oficial da Implantação do Presbiterianismo no Brasil, sendo o marco dessa data , a chegada de Simonton ao Rio de Janeiro. Após a sua ordenação, basicamente dois meses, Simonton embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, já com 26 anos de idade.
Esta não foi a primeira tentativa da implantação do Calvinismo no Brasil, mas foi a que consolidou, como define o Historiador Presbiteriano Rev. Alderi Matos
[1]. Anteriormente tivemos outras três tentativas da Implantação do Calvinismo (Presbiterianismo na Escócia), no Brasil.

A primeira tentativa foi dos Franceses (1555-1578). No início da sua história, o Brasil foi alvo do interesse político e econômico de diversas nações européias, entre elas a França. Assim, em novembro de 1555 uma expedição comandada pelo vice-almirante Nicolas Durand de Villegaignon (1510-1571) chegou à Baía da Guanabara e implantou uma colônia que ficou conhecida como França Antártica. Esse empreendimento contou com o apoio do almirante Gaspard de Coligny (†24-08-1572), influente estadista e futuro líder dos calvinistas franceses, os huguenotes.
Sendo inicialmente simpático à causa da Reforma e procurando elevar o nível moral e espiritual da sua colônia, Villegaignon escreveu a João Calvino solicitando o envio de colonos protestantes. A Igreja Reformada de Genebra atendeu prontamente ao pedido, enviando um grupo de evangélicos sob a liderança de dois pastores, Pierre Richier e Guillaume Chartier.
A nova expedição chegou à Baía da Guanabara no dia 7 de março de 1557. Três dias depois, a 10 de março, uma quarta-feira, os colonos desembarcaram na pequena ilha (Forte Coligny) e realizaram o primeiro culto protestante no Brasil e possivelmente no Novo Mundo. O oficiante foi o Rev. Pierre Richier, que, acompanhado de todos, cantou o Salmo 5 (hino 122 do Hinário Presbiteriano: "À minha voz, ó Deus, atende"). Em seguida, o referido pastor pregou um sermão sobre o Salmo 27.4: "Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei, que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo." No domingo 21 de março houve a primeira celebração da Santa Ceia.
Influenciado pelo ex-dominicano Jean Cointac, Villegaignon passou a entrar em atrito com os calvinistas sobre uma série de questões teológicas, reproduzindo nos trópicos o que acontecia na Europa. Ele inicialmente proibiu aos reformados a celebração da eucaristia, depois as pregações e finalmente as reuniões de oração. O pastor Chartier foi enviado à França em busca de instruções e os colonos protestantes foram expulsos da pequena ilha em que a colônia estava instalada, até hoje conhecida como Ilha de Villegaignon.
A expulsão colocou os calvinistas em contato direto com os índios tupinambás, aos quais procuraram evangelizar, sendo esse evento o primeiro contato missionário protestante com um povo não-europeu. Entre esses reformados estava o sapateiro Jean de Léry, que mais tarde escreveu um valioso relato dessas experiências, intitulado História de uma Viagem Feita à Terra do Brasil, publicado em Paris em 1578. Em seu livro, Léry não somente fornece informações sobre a natureza, a fauna e a flora de um Brasil ainda intocado pela civilização branca, mas descreve de maneira singularmente perspicaz e objetiva os mais variados aspectos da cultura indígena.
Ao passar pelas imediações um navio que se dirigia para a França, os frustrados colonos resolveram retornar ao seu país. Pouco depois, quando o barco ameaçou naufragar, cinco calvinistas ofereceram-se para voltar à terra. Estes cinco – Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques Le Balleur – foram prontamente aprisionados por Villegaignon, que apresentou-lhes uma série de questões teológicas e exigiu uma resposta por escrito dentro de doze horas. Esses leigos redigiram um notável documento, conhecido como Confissão de Fé da Guanabara, que finalmente custou as suas vidas.
Diante da recusa dos calvinistas em abjurar as suas convições, Villegaignon condenou-os à morte. Bourdel, Verneuil e Bourdon foram estrangulados e lançados ao mar. André Lafon, sendo o único alfaiate da colônia, teve a vida poupada sob a condição de que não divulgasse as suas idéias religiosas.
Jacques Le Balleur fugiu para o continente, indo parar em São Vicente, onde pregou as suas convicções. Por insistência dos jesuítas, foi levado para a capital colonial, Salvador, onde esteve aprisionado por vários anos (1559-1567). Em 1567, o governador geral Mem de Sá levou-o para o Rio de Janeiro, fundado recentemente, onde ele foi enforcado e os últimos franceses foram finalmente expulsos.

A Segunda tentativa foi a dos holandeses na Bahia (1624-1625). “Nesse contexto, a Bahia parecia presa fácil, e a cidade de Salvador foi tomada. Conquista, entretanto, perdida um ano depois (1624-1625). Os holandeses, porém, decidiram prosseguir com a empreitada, agora voltada para Pernambuco. O sucesso do projeto deu início ao Brasil Holandês (1630-1654).
Durante esse período, tem lugar um capítulo pouco conhecido da história eclesiástica brasileira, a da Igreja Cristão Reformada, nome da Igreja Protestante na Holanda. Era uma igreja do Estado, situação das igrejas no Ocidente, seja nos países católicos, seja nos protestantes. A Igreja Cristã Reformada veio para o Brasil sob a bandeira holandesa, e foi expulsa com ela.”
A Terceira tentativa foi a dos holandeses em Pernambuco (1630-1654). Além dos holandeses, segundo alguns historiadores[2], também verificou-se nesse período a presença alemães, ibéricos, ingleses, franceses e índios no Nordeste, quase 30 anos depois da expulsão dos holandeses da Bahia.”[3] “Na medida que os holandeses ampliavam o território conquistado, eram implantadas congregações reformadas. Durante algum tempo, existiram 22 igrejas protestantes no Nordeste, sendo que a do Recife era a maior, contando, inclusive, com uma congregação inglesa e uma francesa. Esta se reunia no templo gálico, que tinha no conde Maurício de Nassau seu membro mais ilustre e o pastorado era exercido pelo espanhol Vicentius Soler.
Na leitura dos documentos da época, surge uma igreja cercada de pessoas dispostas a expulsá-la de sua terra como a religião dos invasores.
Entretanto, para os índios, os holandeses não eram invasores, mas sim libertadores, o que levou a missão reformada no Nordeste a fazer uma opção preferencial pelos indígenas. Para os holandeses, as tribos aculturadas constituíam os brasilianos e as não-subjugadas os tapuias.”
[4]
Consolidando a implantação do presbiterianismo no Brasil, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em português, em abril de 1860. “Em janeiro de 1862, recebeu os primeiros conversos, sendo fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. No breve período em que viveu no Brasil, Simonton, auxiliado por alguns colegas, fundou o primeiro periódico evangélico do país (Imprensa Evangélica, 1864), criou o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e organizou um seminário (1867). O Rev. Ashbel Simonton morreu vitimado pela febre amarela aos 34 anos, em 1867 (sua esposa, Helen Murdoch, havia falecido três anos antes).”
[5]
Conclusão:
Percerbe-se que a preocupação primeira de Simonton fosse a expansão do reino de Deus, porém na implantação do Presbiterianismo no Brasil não se descuidava quanto à observância dos bons princípios administrativos e às regras de fé estabelecidas em nossos símbolos de fé (Confissão de Fé, Catecismo Maior e Menor de Westminster).
Uma data importante que muito bem poderia ter oficiado como o dia do Presbiterianismo no Brasil, é o da ordenação do ex-padre José Manoel da Conceição
(1822-1873), foi o primeiro brasileiro a ser pastor (17.12.1865). Visitou incansavelmente dezenas de vilas e cidades no interior de São Paulo, Vale do Paraíba e sul de Minas, pregando e fundando comunidades, consolidando com outros o Presbiterianismo no Brasil.
Neste 12 de agosto de 2006, PARABENIZO, a Igreja Presbiteriana do Brasil, pelos 147 anos de presença no solo brasileiro, intervindo na mudança história desse país. PARABÉNS!


BIBLIOGRAFIA
Matos, Alderi de Souza. Esboço Histórico da Igreja Presbiteriana do Brasil.
http://www.ipb.org.br/quem_somos/historia.php3, acessado em 08.08.2006.

Matos, Alderi de Souza. Simonton e as Bases do Presbiterianismo no Brasil.
http://www.thirdmill.org/files/portuguese/17744~11_1_01_10-43-20_AM~Simonton_e_as_Bases_do_Presbiterianismo_no_Brasil.html, acessado em 08/08/2006.

Índios protestantes no Brasil holandês. Revista História Viva nº 4, Ano, fevereiro de 2004,
http://www2.uol.com.br/historiaviva/, acessado em 08.08.2006

Rédua, Ashbell Simonton. Simonton e os 146 anos de presbiterianismo no Brasil,
http://www.ipb.org.br/artigos/artigo_inteligente.php3?id=61, acessado em 08/08/2006


* Rev. Ashbell Simonton Rédua, é pastor da Igreja Presbiteriana do Sinai em Niterói-RJ.
- Contato e informações:
asredua@yahoo.com.br


[1] Matos, Alderi de Souza, Esboço Histórico da Igreja Presbiteriana do Brasil. http://www.ipb.org.br/quem_somos/historia.php3, acessado em 08.08.2006.
[2] Podemos citar historiadores Cristãos-Reformados, o Rev. Frans Leonard Schalkwijk (Rev Chiquinho, como nós ex-alunos o chamamos), - Luiz Koshiba - História do Brasil, Editora Atual, Bóris Fausto, História do Brasil – EDUSP: o que chamamos de União Ibérica (1580-1640). A União Ibérica “Desde 1556 a Espanha era governada por Filipe II (1556 - 1598), membro de uma das mais poderosas dinastias européias: os Habsburgos ou Casa d'Áustria, que além da Espanha detinha o controle do Sacro-Império Romano Germânico, sediado na Áustria, com influências também sobre a Alemanha e a Itália. Nos tempos do reinado de Filipe II, a exploração das minas de prata da América espanhola havia atingido o seu apogeu. Com a entrada da prata do México e do Peru, a Espanha se transformara, durante o século XVI, na mais poderosa nação européia. Isso levou os historiadores a classificarem o século XVI como o século da preponderância espanhola. Tendo em mãos recursos abundantes, Filipe II aliou o poderio econômico a uma agressiva política internacional, da qual resultou a anexação de Portugal (até então, reino independente) e a independência da Holanda (até então, possessão espanhola). Assim, de 1580 até 1640, o rei da Espanha passou a ser, ao mesmo tempo, rei de Portugal, dando origem ao período conhecido como “União Ibérica”.
Portugal havia adotado até então uma política internacional muito prudente, evitando, tanto quanto possível, atritos nessa área, ciente de sua própria fragilidade. Essa situação foi altera­da completamente com a sua anexação pela Espanha, já que Portugal herdou, de imediato, todos os numerosos inimigos dos Habsburgos. Do ponto de vista colonial, o mais temível inimigo era a Holanda. (http://www.culturabrasil.org/holanda.htm)
[3] Índios protestantes no Brasil holandês, Revista História Viva nº 4, Ano, fevereiro de 2004, http://www2.uol.com.br/historiaviva/, acessado em 08.08.2006. A base histórica deve-se ao Rev. Franscisco Leonardo Schalkwijk. Coordenador do Departamento de História e professor de História da Igreja na Faculdade Internacional de Teologia Reformada.
[4] Índios protestantes no Brasil holandês, Revista História Viva nº 4, Ano, fevereiro de 2004, http://www2.uol.com.br/historiaviva/, acessado em 08.08.2006.
[5] Matos, Alderi de Souza, Esboço Histórico da Igreja Presbiteriana do Brasil. http://www.ipb.org.br/quem_somos/historia.php3, acessado em 08.08.2006